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Republicanos recuperam o Senado e tentam segurar a maioria na Câmara dos Representantes

Republicanos 'roubam' lugares aos democratas na Virgínia Ocidental e no Ohio e asseguram maioria no Senado. Contagem continua para a Câmara dos Representantes, onde o Partido Republicano vai à frente.

epa11083859 The US Capitol Building is seen at dusk before a Senate vote on Capitol Hill in Washington, DC, USA, 16 January 2024. The Senate is poised to vote whether to to advance a short-term government funding bill to fund the government into March and avert a partial shutdown of the federal government before a deadline at the end of this week.  EPA/MICHAEL REYNOLDS
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As sondagens já admitiam o cenário da recuperação do Senado pelos republicanos

MICHAEL REYNOLDS/EPA

As sondagens já admitiam o cenário da recuperação do Senado pelos republicanos

MICHAEL REYNOLDS/EPA

Em atualização

O Senado voltou para mãos republicanas, depois de os democratas perderem a Virgínia Ocidental e o Ohio. Os republicanos conseguem pelo menos 52 lugares, dos 100, numa altura em que ainda há três assentos por atribuir. Já na câmara baixa, a Câmara dos Representantes, os republicanos procuram manter a maioria e parecem encaminhados. Os resultados provisórios dão vantagem ao partido de Trump, com 210 lugares contra os 198 dos democratas. São necessários 218 representantes para controlar a câmara baixa do Congresso.

As sondagens já admitiam o cenário da recuperação do Senado pelos republicanos (que perderam esta câmara em 2020). Isto porque muitos dos lugares que foram a votos pertenciam a democratas em Estados e localidades com uma tendência mais conservadora. Até aqui o Senado tinha uma maioria democrata frágil de 51 para 49, mas ao início da noite eleitoral começou a ficar claro que o processo não seria fácil para o partido de Kamala Harris, que segundo as projeções tem por esta altura 43. Desde logo pela Virgínia Ocidental, onde o republicano Jim Justice ‘roubou’ o lugar de Joe Manchin, eleito pelos democratas mas que este ano se tornou independente e anunciou a sua aposentação. Segundo a AP, trata-se da primeira vez desde 1958 que os dois senadores daquele Estado são republicanos.

Depois, foi no Ohio que houve a troca de cadeiras de cor política. O republicano Bernie Moreno retirou do lugar o democrata Sherrod Brown, de 71 anos, que era senador desde 2007. Moreno é um imigrante colombiano que chegou aos EUA com cinco anos de idade. Durante a campanha, procurou colar Brown aos protagonistas do Partido Democrata, incluindo Kamala Harris. Donald Trump teceu-lhe elogios e salientou como Moreno irá “segurar a fronteira” dos EUA, caracterizando Brown como um “político de esquerda radical”.

Na noite eleitoral, o democrata viria a reconhecer a derrota mas lembrou ao adversário que “nunca será errado lutar pela liberdade de as mulheres tomaram as suas decisões de saúde”. Segundo uma sondagem da AP com 3.700 eleitores do Ohio, cerca de quatro em dez votantes reconheceram que a recuperação do controlo do Senado foi o fator que mais pesou na decisão e metade disse ter sido um fator importante.

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Os democratas tinham esperança de conseguir recuperar pelo menos o assento do Texas, o que seria a primeira vez em mais de 20 anos, num estado onde o conservador Ted Cruz foi desafiado pelo democrata Colin Allred — incluindo numa discussão acesa sobre o direito ao aborto (o Texas é um dos estados mais restritivos). Mas sem sucesso: Cruz viria a ser reeleito.

No Senado, a câmara alta, só um terço dos lugares foi a votos: 34 de um total de 100, a maior parte dos quais ocupada por democratas. Aqui, os senadores são eleitos para mandatos de seis anos, mas são escolhidos em anos diferentes. Dado que os ciclos eleitorais acontecem a cada dois anos (nas presidenciais e nas intercalares), os senadores vão a eleições de forma rotativa, por classes (classe 1, 2 ou 3). Cada estado tem dois senadores, independentemente da população que tenha.

Até ao momento (pelas 22h30 desta quinta-feira, hora de Lisboa), segundo o New York Times, os republicanos contabilizam pelo menos 52 lugares, numa altura em que faltam ainda três lugares por atribuir.

A democrata Elizabeth Warren garantiu a reeleição para o Senado. O democrata Andy Kim ganhou por Nova Jérsia, tornando-se no primeiro coreano-americano a ser eleito. Sucede a Bob Menendez, que se afastou este ano após uma condenação por corrupção. Pelos democratas, há história a ser feita. Lisa Blunt (Delaware) e Angela Alsobrooks (Maryland) foram eleitas para o Senado e serão as primeiras mulheres a representar os respetivos estados. Esta será, também, a primeira vez que duas mulheres afroamericanas ocupam o Senado ao mesmo tempo.

Já as candidaturas independentes venceram as corridas no Vermont e no Maine, ambos com candidatos com ligações ao partido democrata. O primeiro foi, sem surpresas, Bernie Sanders, reeleito pelo Estado no Vermont. O outro foi Angus King, que conseguiu a reeleição no Estado vizinho do Maine.

Já na Câmara dos Representantes, os membros cumprem mandatos de dois anos. Atualmente a maioria é republicana (220 para 212), tendo sido recuperada nas intercalares de 2022. Os eleitores escolhem todos os 435 representantes, mas o resultado final pode demorar dias a ser conhecido. Para já, o New York Times atribui 210 lugares aos republicanos e 198 aos democratas, com 27 distritos em que ainda não há resultados. Entre estes incluem-se algumas das corridas mais competitivas, incluindo cinco distritos na democrata Califórnia, que estão a pender para os republicanos, com pouco mais de metade dos votos contados. Também na Pensilvânia, a corrida se revela muito renhida. Apesar de os republicanos terem declarado vitória neste Estado, a curta margem (menos de 50 mil votos) deve obrigar a uma recontagem automática dos votos.

O líder democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, revelou-se otimista que os democratas ainda consigam uma maioria, com vitórias nestas corridas, que classifica como “distritos inclinados para os democratas”. Mas a corrida não continua em aberto apenas na Califórnia. “O caminho para a tomar de volta passa por corridas muito renhidas no Arizona, Oregon e Iowa”, afirmou Jeffries num comunicado citado pelo New York Times.

Entre os congressistas já eleitos está Alexandria Ocasio-Cortez, considerada uma das principais representantes da ala mais à esquerda do Partido Democrata, conhecida como “the squad“. A ela juntam-se as representantes Ilhan Omar, do Minnesota, e Rashida Tlaib, do Michigan. Ambas as representantes renovam os mandatos com margens muito confortáveis, mesmo depois de Tlaib se ter recusado a apoiar Kamala Harris na corrida presidencial.  Os republicanos, por sua vez, recuperaram três lugares pela Carolina do Norte, segundo a CNN.

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