Uma mulher foi detida por suspeitas de tráfico de droga, na semana passada, após ter entrado em trabalho de parto, durante um voo entre Bissau e Lisboa, forçando uma aterragem de emergência no Aeroporto Cristiano Ronaldo, na Madeira, confirma a PSP ao Observador.
Ao aterrar no Funchal, a grávida foi transportada com urgência do aeroporto até ao Hospital Dr. Nélio Mendonça, onde teve um parto sem complicações. Mãe e recém-nascido foram então acolhidos numa instituição da ilha da Madeira para que pudessem recuperar, antes de completarem a viagem até Lisboa, segundo avança o JN.
Quando já estavam instalados na instituição, a PSP foi acionada ao local, devido a suspeitas de que a mulher pudesse carregar drogas escondidas na bagagem que trazia no voo. A polícia revistou as malas e encontrou uma substância que reagiu positivo a um teste rápido para detetar anfetaminas. No total, foram identificadas pelas autoridades duas embalagens com quase um quilo de pó e três garrafas com perto de seis quilos de um outro produto pastoso.
A suspeita tinha igualmente consigo passaportes de crianças que, como mais tarde alegou à justiça, lhe foram entregues para entregar a um desconhecido que a esperava em Lisboa. Após a detenção, a guineense foi interrogada por um juiz de instrução criminal, tendo sido indiciada por vários crimes.
Porém, a passageira sairia em liberdade, depois de num segundo exame realizado pelas autoridades policiais a substância não ter sido identificada como uma droga proibida pela lei vigente. Não tendo sido aplicadas medidas de coação, a suspeita pode, neste momento, abandonar a Madeira. Ainda que, a investigação do caso prossiga, agora sob a alçada da Polícia Judiciária, como confirmou a PSP ao Observador. Para além disso, o Ministério Público está a avaliar indícios de um eventual crime de tráfico de seres humanos.
No regresso à instituição que a tinha acolhido, a mulher comunicou às assistentes sociais que não pretendia ficar com o bebé por não ter condições materiais e emocionais para dele cuidar. O caso da guarda do recém-nascido já está a ser tratado pelos tribunal de família e menores, sendo que deverá ser o Estado a manter a custódia da criança, segundo informação do JN.
Editado por Dulce Neto