A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou esta quinta-feira solidariedade à Igreja Católica de Moçambique e ao “povo irmão” daquele país lusófono, face à situação de instabilidade social naquele território.

A CEP, no final da Assembleia Plenária do episcopado que terminou esta quinta-feira em Fátima, assegurou que “acompanha com particular preocupação a situação que se vive” em Moçambique, lembrando que, “já desde há vários anos, a população da região de Cabo Delgado tem sido vítima de ataques terroristas que têm causado a morte e a deslocação forçada de largos milhares de pessoas”.

“Esse drama perdura, apesar de ser periodicamente esquecido. Fazemos nosso o apelo dos bispos moçambicanos e do Papa Francisco para o restabelecimento do caminho da democracia, da justiça e da paz”, acrescentou a CEP no comunicado final da reunião plenária do episcopado católico português.

Durante os trabalhos, os bispos manifestaram também “a sua proximidade e solidariedade efetiva para com a população de Valência, gravemente atingida pela dramática situação de destruição ambiental que se traduziu na perda de centenas de vidas humanas e incontáveis perdas materiais”.

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Em paralelo, decidiram ainda organizar uma campanha de Advento/Natal em favor das comunidades cristãs da Terra Santa, “duramente atingidas pela guerra”, através da criação de uma conta solidária, “cabendo a cada diocese encontrar outras formas de recolha de fundos”.

Nesta Assembleia Plenária, os bispos portugueses decidiram também, na sequência da conclusão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, realizar um encontro nacional dirigido aos membros dos Conselhos Pastorais Diocesanos e às equipas sinodais de cada diocese, em Fátima em 11 de janeiro de 2025.

Por outro lado, foi determinado que as próximas Jornadas Pastorais do Episcopado (16 a 18 de junho de 2025) sejam dedicadas à sinodalidade no seio da Conferência Episcopal, “de forma a aprofundar o espírito sinodal e prosseguir um caminho de aperfeiçoamento nos seus processos de atuação”.

No decurso dos trabalhos, os bispos receberam a direção da Federação Portuguesa pela Vida, com a qual foi abordada a “situação referente ao processo legislativo em curso sobre o aborto e a eutanásia”.

Na ocasião, foi manifestada pelo episcopado “profunda preocupação pelas propostas legislativas que procuram limitar a objeção de consciência dos médicos e demais profissionais de saúde”.

“A Assembleia reafirma que a vida humana é inviolável, um dom inestimável que tem de ser liminarmente defendido em todas as suas fases”, refere o comunicado final saído da reunião plenária do episcopado.

Os quatro dias de reunião ficaram ainda marcados por uma reflexão sobre “os desafios que se colocam à pastoral dos jovens”, destacando a necessidade de “dar continuidade ao dinamismo nascido na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 e implementar um projeto que continue a incluir os jovens nos processos de decisão”.

Neste sentido, foi aprovado o documento “Pastoral Juvenil em Portugal. Um quadro de referência”, como instrumento de trabalho inicial que será enviado a todos os jovens através do Departamento Nacional de Pastoral Juvenil para auscultação, bem como a nomeação de Pedro Carvalho, da diocese de Aveiro, como novo coordenador, a tempo inteiro, do Departamento Nacional de Pastoral Juvenil.