O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, esteve esteve sábado reunido com o homólogo chinês, Xi Jinping, no Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) em Lima, no Peru, para discutir “questões bilaterais, regionais e globais”. Entre elas, o envio de tropas norte-coreanas para a Rússia, que o líder norte-americano condenou.

“O Presidente Biden condenou o envio de milhares de tropas (norte-coreanas) para a Rússia, uma expansão perigosa da guerra ilegal da Rússia contra a Ucrânia, com graves consequências para a paz e a segurança na Europa e no Indo-Pacífico”, avançou a Casa Branca em comunicado, citado no Kyiv Independent. 

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O Presidente dos EUA expressou ainda “profunda preocupação com o apoio contínuo (da China) à base industrial de defesa da Rússia”. Por sua vez, Xi Jinping garantiu que a posição da China sobre a guerra na Ucrânia “foi sempre justa e correta” e que o seu país não iria permitir “conflitos e tumultos na Península da Coreia” e que Pequim “não ficará de braços cruzados” enquanto os seus interesses estratégicos forem postos em perigo.

Durante o encontro, os dois líderes concordaram também em não ceder o controlo das armas nucleares à Inteligência Artificial. “Com base num diálogo franco e construtivo sobre a IA (…), os dois líderes afirmaram a necessidade de manter o controlo humano sobre a decisão de utilizar armas nucleares” e sublinharam “a necessidade de considerar cuidadosamente os riscos potenciais e desenvolver a tecnologia de IA no domínio militar de forma prudente e responsável”, referiu um comunicado da Casa Branca.

Xi Jinping garantiu também que está pronto para trabalhar com o futuro presidente dos EUA, Donald Trump, que toma posse em 20 de janeiro e notou ainda que EUA e China devem “ter em mente o bem-estar dos dois povos e o interesse comum da comunidade internacional, tomar decisões sensatas, continuar a explorar a melhor forma de as duas grandes nações se entenderem e alcançarem uma longa coexistência pacífica”.

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“Os Estados Unidos concluíram recentemente as suas eleições. O objetivo da China de uma relação estável, saudável e sustentável China-EUA não mudou”, acrescentou.

O Presidente chinês pediu ainda aos EUA para não ultrapassarem a “linha vermelha” no apoio a Taiwan. A “questão de Taiwan, a democracia e os direitos humanos”, bem como o sistema político e económico e os interesses de desenvolvimento da China “são as quatro linhas vermelhas da China que não devem ser postas em causa”, afirmou Xi Jinping, citado pela emissora estatal chinesa CCTV.

“Estas são as garantias mais importantes e a rede de segurança para as relações entre a China e os EUA”, acrescentou Xi, de acordo com a CCTV.

O dirigente chinês condenou ainda as “ações separatistas” dos líderes de Taiwan, afirmando que são “incompatíveis com a paz e a segurança” na região.