Não foi uma fase de grupos “limpa” como a qualificação para o Campeonato da Europa (dez jogos, outras tantas vitórias, uma série de recordes batidos), não andou longe disso. Apesar de já ter a primeira posição assegurada, Portugal manteve a invencibilidade na Liga das Nações com um empate na Croácia que acabou por satisfazer todas as partes – apesar de a Seleção poder aspirar a mais depois da metade inicial conseguida em Split, que acabou por não ter continuidade após o intervalo. Em paralelo, e num encontro com ausências de peso como Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Pedro Neto, Rúben Dias ou Diogo Costa (neste caso com uma indisposição de uma última hora), Roberto Martínez promoveu mais três estreias.

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Tomás Araújo foi titular, conseguindo a primeira internacionalização A aos 22 anos numa temporada de afirmação que começou no Benfica. Já na segunda parte, Tiago Djaló foi chamado para o lugar do central dos encarnados, ao passo que Fábio Silva foi lançado na posição de Rafael Leão. Ao todo, o selecionador nacional já lançou 13 jogadores, num lote de jogadores que conta também com Gonçalo Inácio, João Neves, José Sá, Toti Gomes, João Mário, Jota Silva, Francisco Conceição, Renato Veiga, Samu Costa e Nuno Tavares. Assim, e entre todos os convocados, só mesmo Geovany Quenda viu adiada a estreia na Seleção A – e, com isso, o recorde do mais novo de sempre vai continuar a pertencer a Paulo Futre, tendo em conta que o jovem jogador do Sporting poderia bater esse registo do também antigo ala dos leões por… apenas dois dias.

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“Sinto-me muito orgulhoso. No futebol é muito difícil fazer sete mudanças no onze inicial e manter a ideia da equipa e executar o que nós trabalhamos. A primeira parte foi suficiente para ganharmos o jogo, difícil para a Croácia reagir, mas na segunda parte tiveram 10/15 minutos muito fortes e não tivemos o mesmo controlo que tivemos na primeira parte. Tivemos mais uma oportunidade pelo Nuno Mendes mas foi um jogo entre as duas áreas. Foram também mais três estreias pela Seleção, um momento para mostrar a formação do futebol português. Abrimos a porta da competitividade na Seleção, terminamos esta fase sem derrotas e estamos muito orgulhosos”, destacou Roberto Martínez após o encontro em declarações à RTP3.

“Resposta dos estreantes? Nós, treinadores, gostamos de complicar a nossa vida. O Renato Veiga tem três jogos pela Seleção A e joga com uma personalidade incrível. O Tomás Araújo também fez a estreia hoje e mostrou o futuro e o presente que ele tem, o próprio Fábio Silva. O João Félix também mostrou muita personalidade. O nosso critério nesta Liga das Nações era abrir a competitividade e todos eles mostraram que podem ser opções. Tiramos notas positivas para o futuro. A posição do João Félix ajudou-o muito hoje. É um jogador muito inteligente. Tivemos uma situação com o Diogo Costa [indisposição de última hora], o José Sá entrou e deu uma boa resposta”, salientou o selecionador nacional, que depois do primeiro lugar garantido na fase de grupos da Liga das Nações não mostrou preferências para o sorteio.

“O objetivo é ganhar. Para ganhar, precisamos de jogar contra todos e contra os melhores. É importante que os jogadores que estejam lesionados voltem, como o Gonçalo Ramos. Mas o importante é olharmos para dentro e vermos o que podemos fazer. Quanto ao adversário, venha o que tiver de ser”, frisou.

“Ataque móvel? É importante ajustarmos e sermos sempre flexíveis. A primeira parte foi muito muito boa, a Croácia não conseguia parar o nosso jogo e as nossas possibilidades. Se tivéssemos conseguido o segundo golo na primeira parte talvez o resultado tivesse sido diferente. Mas gostei muito da forma como reagimos depois do golo sofrido. Quenda? O jogo não permitiu a sua estreia. É um estágio que não quisemos arriscar com ninguém. O Nuno Mendes sentiu o tornozelo, então não tivemos a oportunidade de utilizar a quarta e a quinta substituições. Mas o Quenda pode ajudar muito a Seleção”, referiu depois à SportTV.