O candidato à liderança da Juventude Socialista Bruno Gonçalves propõe a eleição direta do secretário-geral daquela estrutura partidária, 2% do PIB anualmente investidos em habitação pública, propina zero no ensino superior e um cheque cultura para jovens.

Estas são algumas das propostas da moção global de estratégia que o eurodeputado socialista Bruno Gonçalves apresenta com a sua candidatura à liderança da JS, que vai disputar com a secretária nacional daquela estrutura Sofia Pereira no Congresso Nacional de 13, 14 e 15 de dezembro.

Sob o mote “Liberdade”, Bruno Gonçalves apresenta medidas em 15 áreas e, na mensagem introdutória, deixa críticas à atual situação da JS cuja “capacidade de representar e mobilizar os jovens tem sido desgastada”.

“A nossa estrutura dedicou-se demasiado ao discurso e consumo interno, perdendo apelo junto de quem não cresceu cá dentro. Falámos de dentro para dentro, não estamos a conseguir chegar às pessoas”, sustenta.

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No separador “Liberdade na Juventude Socialista” destaque para a proposta para que a escolha do secretário-geral da JS passe a ser por eleição direta “com direito de voto para todos os militantes de base, reforçando a legitimidade democrática da votação e tornando o processo mais aberto”.

Esta proposta obrigará a uma revisão estatutária – também proposta pela candidatura de Bruno Gonçalves sobre este e outros aspetos -, já que, segundo os atuais estatutos, a eleição é feita em Congresso Nacional através da votação dos delegados eleitos, sendo o secretário-geral o primeiro elemento da lista mais votada para a Comissão Nacional.

O candidato inscreve na moção as eleições presidenciais de 2026 e defende que a JS deverá apoiar um candidato a Presidente da República da área política do PS, uma escolha que “deverá acontecer através de um processo participativo que envolva os militantes” da estrutura partidária.

Um dos aspetos centrais da moção de Bruno Gonçalves é a questão da habitação, defendendo, entre outras medidas, “um investimento anual de 2% do PIB em habitação pública, ao longo dos próximos 20 anos”, a criação de uma “via verde” para construção acessível e mais alojamento para estudantes, a partir da construção de residências estudantis e universitárias.

Na questão da educação, o eurodeputado socialista quer “propina zero” para garantir acesso universal ao Ensino Superior e a criação mais complementos a bolsas de estudo, em particular para mobilidade e alimentação.

A atribuição de um cheque-cultura aos jovens que cumprem 18 anos no valor de 500 euros para comprar livros ou bilhetes para atividades culturais ou a implementação de uma licença menstrual laboral para os casos em que “a dor seja intensa, grave ou incapacitante” são outras duas propostas do candidato.

Bruno Gonçalves quer ainda lançar um projeto-piloto de Rendimento Básico Incondicional e a remuneração dos estágios curriculares, através do pagamento obrigatório do valor correspondente ao subsídio de alimentação.

Mas não só sobre temas internos da JS ou do país estão nesta moção de Bruno Gonçalves que quis incluir temas internacionais como o reforço do apoio à Ucrânia, a defesa intransigente de um cessar-fogo imediato em Gaza ou a criação de um pacto europeu para o emprego jovem que se foque em empregos nos setores decisivos para a dupla transição energética e digital.