Siga aqui o nosso liveblog que acompanha a Guerra na Ucrânia

O Presidente da República defendeu, esta terça-feira, que não se espera a “perda de controlo” ou uma escalada na guerra na Ucrânia, afirmando que não é a primeira vez que a Rússia afirma que pode recorrer a armas nucleares.

“Não é a primeira vez que a Rússia diz que tem a disponibilidade do recurso a forças ou armas nucleares, mas sempre juntando qualquer coisa” no sentido de que o fará “como resposta àquilo que seja considerado significativo e dando a entender sempre” que não ultrapassa a proporcionalidade, disse Marcelo Rebelo de Sousa, no final da entrega do Prémio PME Inovação COTEC-BPI 2024, no Porto.

Da parte de quem apoia a Ucrânia, também “não é a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez” que se diz que não se pode admitir que a Ucrânia venha a ser tratada de uma forma que seria chocante” do ponto de vista do Direito Internacional e dos princípios da Carta das Nações Unidas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Da parte da Rússia, acrescentou, há “um cuidado também muito grande na resposta que dá”, tendo presente que há patamares que não se podem ultrapassar.

“Portanto, não estou à espera que haja, para além disto (ofensivas militares de parte a parte), a perda de controlo e uma escalada. Trata-se de administrações muito experientes que lidam com isto há muitos anos”, declarou.

“Isto neste momento tem sido visível. Eu acho que isso é bom. É bom porquê? Porque os princípios, os valores devem ser defendidos, mas há sempre uma ideia subjacente a tudo que é afirmar esses valores construindo a paz e, portanto, não ultrapassando um patamar de ofensiva de parte a parte que tornasse muito mais difícil o depois conter essa escalada”, disse.

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou, esta terça-feira, o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com os mísseis de longo alcance fornecidos por Washington.

No dia em que se assinalam 1.000 dias de guerra, o Presidente da República recordou que esta é, além de um sacrifício dos ucranianos, “um teste à aliança que se fez, norte-americana e europeia, na NATO e na União Europeia em torno da defesa da Ucrânia”.

“Foi importante que hoje o Parlamento Europeu ovacionasse e mostrasse, que depois de 1.000 dias, continua firme a essa aliança. Nós sabemos como há várias sensibilidades na Europa, mas a unidade no essencial está preservada e a unidade com os Estados Unidos da América”, frisou.

Apesar do reforço do apoio militar dos EUA à Ucrânia em termos de capacidade de contraofensiva, esse é, ainda assim, limitado, lembrou.

Marcelo Rebelo de Sousa realizou uma visita de dois dias à Ucrânia em agosto do ano passado, a convite do Presidente Volodymyr Zelensky, por ocasião do 32.º aniversário da independência deste país.

Em maio deste ano, Zelensky esteve em Lisboa numa visita de algumas horas, durante a qual se reuniu com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e foi assinado um acordo bilateral de cooperação e segurança.

A guerra na Ucrânia começou há mil dias com a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022.

O conflito provocou a maior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial.

Ucrânia: Marcelo assinala “1000 dias de resistência” e declara apoio a adesões à UE e NATO