Acompanhe aqui o nosso liveblog sobre a guerra da Ucrânia

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu esta terça-feira que chegou o momento da Alemanha autorizar o uso de armas alemãs em território russo, tal como fizeram os norte-americanos, após o líder russo, Vladimir Putin, ter ratificado a nova doutrina nuclear de Moscovo.

“Penso que, depois destas declarações sobre armas nucleares, é altura de a Alemanha apoiar as decisões corretas”, afirmou Zelensky numa conferência de imprensa conjunta, em Kiev, com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.

Citado pelas agências noticiosas ucranianas, Zelensky avançou que está a trabalhar com os outros parceiros para que estes se juntem à decisão dos Estados Unidos da América, que após vários meses de hesitação autorizaram no fim de semana passado a Ucrânia a utilizar os mísseis de longo alcance norte-americanos ATACMS contra alvos no território russo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Zelensky confirmou que detém os mísseis e que já os usou, como anunciou o Ministério da Defesa russo.

Rússia diz que uso de mísseis dos EUA em solo russo é “nova fase”

Agora o objetivo do líder ucraniano é conseguir que o chanceler alemão, Olaf Scholz, autorize o uso dos mísseis alemães Taurus.

Zelensky tem insistido que só permitindo que a Ucrânia dispare contra alvos militares e logísticos em território russo é que as capacidades das forças armadas da Rússia podem ser prejudicadas.

Putin assinou esta terça-feira um decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, permitindo o uso alargado deste tipo de armamento contra qualquer “agressão” por parte de um “Estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um país nuclear”.

A ratificação ocorreu no dia em que assinalam mil dias da ofensiva russa contra a Ucrânia.

“Entre as condições que justificam o uso de armas nucleares está o lançamento de mísseis balísticos contra a Rússia”, segundo o decreto.

Ucrânia: Scholz recusa dar mísseis Taurus a Kiev mas vai fornecer quatro mil drones sofisticados

Putin advertiu, no final de setembro, que Moscovo já poderia usar armas nucleares no caso de um “lançamento massivo” de ataques aéreos contra a Rússia e que qualquer ataque realizado por um país não nuclear, como a Ucrânia, mas apoiado por uma potência com armas atómicas, como os Estados Unidos, poderia ser considerado uma agressão “conjunta”, exigindo potencialmente o uso de armas nucleares.

Desde o início do conflito na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, Putin tem falado sobre a possível utilização de armas nucleares.

Na mesma conferência de imprensa em Kiev, Zelensky criticou a falta de reação dos líderes do G20 (grupo das 20 maiores e emergentes economias do mundo), atualmente reunidos no Brasil, à revisão da doutrina nuclear russa.

“Hoje, os países do G20 estão reunidos no Brasil. Já disseram alguma coisa? Nada”, afirmou Zelensky, lamentando a ausência de uma “estratégia forte” por parte destes países.

Parlamento ucraniano aprova orçamento 2025 com 60% da despesa para defesa e segurança