Ao contrário do PCP, o Bloco de Esquerda vai fazer-se representar na sessão solene do 25 de Novembro, mas apenas com uma deputada. O líder parlamentar bloquista, Fabian Figueiredo, assumiu ainda a intenção de pôr fim à realização desta cerimónia “assim que existir uma maioria” que o permita.

No final da Conferência de Líderes parlamentares, o presidente da bancada bloquista falou aos jornalistas para dar conta de que o partido “só se vai fazer representar por uma deputada” que “fará uma intervenção para denunciar a desvalorização do 25 de Abril”. Ainda assim, não indicou se a deputada que fará a intervenção será a coordenadora do partido, Mariana Mortágua.

Para além deste posicionamento quanto à cerimónia deste ano, a primeira que se vai realizar na Assembleia da República para assinalar o 25 de Novembro, Fabian Figueiredo fez também questão de recordar que a realização desta sessão solene foi rejeitada pela esquerda, e que os bloquistas vão propor a reversão desta proposta “assim que exista uma maioria de deputados”.

Durante vários anos, o CDS tentou fazer aprovar uma comemoração do 25 de Novembro no Parlamento mas só este ano, com uma maioria de direita — com a ajuda dos 50 deputados do Chega –, é que conseguiu luz verde para a sessão solene do 25 de Novembro. Agora, existe a garantia do Bloco de Esquerda de que vai apresentar uma proposta em sentido inverso quando a maioria parlamentar virar novamente à esquerda.

Para além do Bloco, com a decisão de se fazer representar apenas por uma deputada, o PCP já adiantou que não vai marcar presença. Os comunistas já tinham abdicado de participar no grupo de trabalho que definiu o modelo da cerimónia. O Bloco de Esquerda, apesar de ter votado contra participou nos encontros de preparação e vai também discursar na sessão que arranca às 11h.

Também o PS tinha deixado críticas a esta sessão ao recusar uma “mimetização” da cerimónia do 25 de Abril. O modelo da cerimónia acabou por ser discutido num grupo de trabalho mas o formato final foi aprovado apenas com os votos da direita. A sessão solene será idêntica à do 25 de Abril mas com um tempo de intervenção menor por parte dos partidos.

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