Os moldes do encontro num bar de Lisboa, na noite desta terça-feira, entre o ministro da Defesa, Nuno Melo, e o chefe do Estado-Maior da Armada, o almirante Henrique Gouveia e Melo, causaram estranheza. Mas o ministro considera que a situação nada teve de estranho, e que é normal que um governante desta área de soberania tenha “assuntos a tratar” com um chefe militar. Mesmo que seja num bar? “Onde seja, onde seja”.
À saída do congresso da Associação de Auditores de Cursos de Defesa Nacional 2024, que terminou esta terça-feira na Academia Militar, na Amadora, Lisboa, Nuno Melo foi questionado pelos jornalistas sobre uma publicação do site Página Um, que dá conta de um encontro noturno informal entre o ministro e o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, num bar na capital.
“É suposto que um ministro da Defesa tenha muitos assuntos a tratar com um chefe [militar]”, respondeu Nuno Melo.
Interrogado sobre o facto de o local escolhido para o encontro, que aconteceu depois do Conselho Nacional do CDS, ter sido um bar, o ministro e líder do partido acrescentou: “Onde seja, onde seja”.
De acordo com a publicação da “Página Um”, que inclui várias fotografias, o encontro informal, que não foi divulgado à comunicação social, decorreu num bar em Lisboa, tendo o almirante aparecido “à civil”.
Na terça-feira, à margem do primeiro dia do congresso que decorreu na Academia Militar, o almirante Henrique Gouveia e Melo foi interrogado sobre o facto de dezembro não ser apenas o mês no qual se assinala o Natal mas também a data do final do seu mandato à frente da Armada, e se uma mudança à frente do ramo poderia ser prejudicial face ao atual contexto internacional.
“Dezembro é realmente um mês de celebração natalícia e é o que eu vou fazer. Vou fazer as celebrações natalícias como sempre fiz na minha vida até agora”, respondeu.
Já sobre se as sondagens se o encorajam a avançar para uma eventual candidatura à Presidência da República, afirmou: “Eu já disse uma vez que não tomo decisões com base nem em sondagens nem noutro processo, tomo em termos do que é a minha consciência. Mal ou bem, será a minha consciência que ditará as decisões que devo tomar”.