A secretária de Estado do Mar, Lídia Bulcão, reafirmou, esta quinta-feira, em Baku, no Azerbaijão, a aposta do Governo na energia eólica no mar, que pode levar o país para “objetivos climáticos ambiciosos”.
“As plataformas eólicas flutuantes, posicionadas mais longe da costa e capazes de aproveitar ventos mais fortes, são uma peça essencial da nossa estratégia nacional e alinham-se perfeitamente com os objetivos do Acordo de Paris e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 13 e 14 das Nações Unidas, abordando tanto a ação climática como a vida debaixo de água”, disse a responsável.
Lídia Bulcão falava no Pavilhão dos Oceanos na COP29, a conferência da ONU sobre o clima que decorre há duas semanas na capital do Azerbaijão e que deve terminar na sexta-feira.
No espaço nacional, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) apresentou, esta quinta-feira, o projeto “Estudos técnicos para o potencial energético offshore”, debatendo o papel das novas tecnologias para a produção de energias renováveis em mar aberto, os seus desafios e parcerias.
“Sendo um país com um rico património marítimo, Portugal reconhece o vasto potencial do oceano. Não só como um tesouro natural a ser preservado, mas também como uma fonte de energia e recursos sustentáveis, que nos podem impulsionar para objetivos climáticos ambiciosos”, disse a secretária de Estado, no início da sessão do Pavilhão dos Oceanos, onde horas antes também participou num painel sobre o papel dos oceanos para a neutralidade carbónica.
O projeto do IPMA, que decorre de uma portaria conjunta de agosto passado (gabinetes do ministro da Agricultura e Pescas e da secretaria de Estado do Mar) vai até ao fim de 2026 e destina-se a recolher dados de geofísica e geotermia, tendo em vista o aproveitamento da energia do vento no mar.
Representa “os nossos esforços para desenvolver a investigação científica, permitindo-nos explorar de forma responsável e inovadora os recursos eólicos offshore”, e é “um exemplo claro de como podemos unir conhecimento, inovação e colaboração internacional para enfrentar os desafios das alterações climáticas e preparar o futuro da nossa economia azul”, disse a secretária de Estado.
É, acrescentou, “um passo essencial para o primeiro reconhecimento geológico e geofísico das áreas identificadas como potenciais para a exploração de energia eólica offshore em Portugal marítimo”, e a “maior campanha oceanográfica alguma vez realizada a bordo do Navio de Investigação Mário Ruivo do IPMA”.
E ainda sobre o projeto, disse a secretária de Estado que será fundamental para “a construção de uma cadeia de valor robusta para a energia eólica offshore, para a criação de emprego qualificado e para o reforço do setor energético”.