Em atualização

A Polícia Federal do Brasil (PF) apresentou uma acusação formal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, depois de se ter realizado uma investigação relativamente à tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022, avança a CNN Brasil, citando fontes policiais. Adicionalmente, o relatório da PF garante que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” do plano sobre a tentativa de assassinato do Presidente Lula da Silva.

“Joca”, “Jeca” “Juca” e “A Professora”. Copa 2022, o plano para matar Lula, Alckmin e o juiz Moraes pode atingir Bolsonaro?

Os resultados desta investigação foram apresentados esta quinta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) e deverão “apontar a responsabilização do ex-presidente Jair Bolsonaro e assessores de maneira contundente”, cita o Globo. As provas do relatório de cerca de 800 páginas foram apresentadas ao juiz Alexandre de Moraes, que vai analisar o documento e depois reencaminhá-lo para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que irá decidir se faz avançar a acusação pelo STF ou se pede investigações adicionais.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Conselheiros de Paulo Gonet disseram à Folha de São Paulo que não há prazo para conclusão da análise do relatório da Polícia Federal. O mesmo jornal diz que a Procuradoria-Geral da República quer unir o relatório final sobre o golpe de estado a outras investigações encerradas pela PE e enviadas a este organismo, nomeadamente o caso da apropriação de joias por Bolsonaro e a falsificação de certificados de vacinação contra a Covid-19. A perceção de Gonet é que os casos podem estar relacionados e uma análise conjunta das investigações vai permitir uma melhor compreensão do que se passou.

Bolsonaro indiciado no caso que investiga falsificação de certificados de vacinação contra a Covid-19

De acordo com o Globo, a Polícia Federal identificou possíveis provas que indicam que Jair Bolsonaro terá cometido três crimes: abolição violenta do Estado Direito Democrático, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.

Para além de Bolsonaro, também os generais Augusto Heleno, Walter Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira estão entre os 37 suspeitos que foram indiciados neste caso pela Polícia Federal. Contactados pela Reuters, os respetivos advogados recusaram comentar a situação. O ex-presidente do Brasil “negou qualquer irregularidade e classificou a investigação como perseguição política”, escreve a agência.

Polícia brasileira descobre plano de golpe de Estado que Bolsonaro terá ajustado

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar pelo advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipa que usa a criatividade para me denunciar”, pode ler-se na notícia partilhada pelo próprio Bolsonaro na sua página na rede social X, onde o antigo Chefe de Estado também critica o juiz Alexandre de Moraes de fazer “tudo o que não diz a lei”.