O eurodeputado do Chega António Tânger Correia considerou que o colégio de comissários aprovado esta quarta-feira pelo Parlamento Europeu (PE) é “mais fraco” e criticou a “tendência autocrática” da Comissão Europeia de Ursula von der Leyen.
Pouco depois da aprovação do executivo comunitário durante o plenário de Estrasburgo, em França, o antigo embaixador português disse que “não há contraditório dentro do colégio de comissários”.
“Do nosso ponto de vista (o executivo comunitário) é mais fraco, tem pessoas que não são competentes”, acrescentou António Tânger Correia.
Criticando o que disse ser uma “tendência autocrática” da Comissão Europeia de Ursula von der Leyen, o europarlamentar da extrema-direita disse que com a ‘luz verde’ que os comissários receberam esta quarta-feira “se adensa a tendência para uma maior intervenção de Bruxelas nos Estados-membros”.
O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira — com 370 votos favoráveis, 282 contra e 36 abstenções — o novo colégio de comissários, novamente liderado por Ursula von der Leyen.
A aprovação surge após escrutínio parlamentar (incluindo audições aos comissários europeus indigitados) e intensas negociações nas últimas semanas entre centro-direita, socialistas e liberais para um acordo político sobre os sete nomes pendentes de um total de 26, alcançado há uma semana e para o qual foram cruciais várias cedências.
Ursula von der Leyen foi em julho passado reeleita para o cargo de presidente da Comissão Europeia, que desempenhará novamente a partir de 01 de dezembro num segundo mandato de cinco anos.
O seu próximo executivo comunitário é composto por 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% de mulheres e de 60% de homens), uma das quais a comissária indigitada por Portugal e antiga ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que vai ocupar a pasta dos Serviços Financeiros e União da Poupança e dos Investimentos.
Num contexto de tensões geopolíticas – devido à guerra da Ucrânia causa pela invasão russa e de conflitos no Médio Oriente -, de concorrência face aos Estados Unidos e China e de transição política norte-americana, Von der Leyen quer, nos próximos cinco anos, apostar na competitividade económica comunitária, nomeadamente ‘puxando’ pela inovação, descarbonização e segurança.