A Glovo, empresa de entregas ao domicílio, anunciou esta segunda-feira que vai dar um contrato de trabalho a todos os estafetas que prestem serviços em nome da empresa. Mas, para já, só em Espanha.

Esta decisão foi comunicada um dia antes de o dono da empresa ser ouvido pela justiça espanhola, respondendo a acusações de crime contra os direitos dos trabalhadores. Oscar Pierre é acusado de “menosprezar e suprimir” os direitos laborais dos estafetas, que, segundo a lei espanhola, deviam ser assalariados, mas vendem os seus serviços à Glovo como trabalhadores por conta própria, noticia o El País.

A Just Eat, uma das concorrentes da empresa que tem contratos de trabalho com todos os funcionários, acusa a Glovo de ter poupado mais de 645 milhões de euros com o seu modelo de contratação, nos últimos anos. Afirmam que a empresa obteve assim uma vantagem competitiva significativa, informa o jornal espanhol. Segundo o governo de Espanha, a Glovo também deve à segurança social espanhola 267 milhões em contribuições não pagas.

A empresa afirma que, atualmente, 15.000 estafetas trabalham no seu serviço de entregas. Já o ministério do Trabalho refere que, desde 2021, 60.000 pessoas exercido esta atividade na empresa de origem catalã, levando a ministra Yolanda Diáz a referir-se à notícia da contratação dos trabalhadores a recibos verdes como “o movimento de afiliação mais importante da história de Espanha”.

À Antena 1, a Glovo afirmou que não considera replicar a medida em Portugal, onde, ao contrário de Espanha, as empresas não são obrigadas por lei a ter trabalhadores com contrato.

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