A KTM é um fabricante de motos com uma série de trunfos para ter sucesso. A estética dos seus modelos funciona muito bem e parece alimentar uma cada vez maior legião de adeptos, para o que também contribui uma gama de veículos de duas rodas completa, que se estende desde o enduro a motos de estrada, passando pelas grandes trail de viagem e pelas populares naked bikes. A cereja no topo do bolo é o êxito na competição, com uma presença recheada de vitórias no todo-o-terreno e em pista. Mas nem tudo isto permitiu ao construtor austríaco evitar os problemas financeiros.
Depois de assumir a insolvência, a KTM solicitou uma reestruturação legal para recuperar a empresa, solução que espera estar em vigor dentro de 90 dias, sem avançar mais dados. O fabricante europeu é pertença da Pierer Mobility AG, com os restantes 49,9% a serem controlados pelos indianos do Bajaj Group que, entre muitos outros veículos, produzem riquexós, scooters e são o segundo maior fabricante local de motos.
A KTM admite ter necessidade financeiras não muito longe dos mil milhões de euros e reconhece que não espera reunir a tempo um financiamento que lhe permita ultrapassar o problema. Resta-lhe negociar com os credores e encontrar uma solução satisfatória para todas as partes.
O CEO da marca, Stefan Pierer, admitiu que os problemas financeiros (e os prejuízos) têm vindo a acumular-se há anos, mas a estagnada situação económica europeia, e sobretudo a alemã, não favoreceu a recuperação das vendas. Não obstante, Pierer afirma que a marca KTM é a sua vida e assegura que irá “lutar por ela”. Os fãs vão agradecer, mas os credores irão certamente exigir algo mais do que (apenas) voluntarismo e boa vontade…