Um grupo de organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau lançou esta quarta-feira, com o apoio da cooperação portuguesa, o projeto “Observatório da Mulher” no país, visando a pesquisa, advocacia e influência de políticas públicas sobre temáticas femininas.
A iniciativa é da Liga Guineense dos Direitos Humanos, ACEP – Associação para a Cooperação Entre os Povos, AMPROCS (Associação de Mulheres Profissionais da Comunicação Social), Miguilan (Mindjeris Di Guiné Nô Lanta, Mulheres da Guiné, erguemo-nos), com o apoio da Casa dos Direitos.
“A iniciativa vai contribuir para um maior conhecimento da situação das mulheres e meninas no país, nomeadamente recolha de dados sobre a violência doméstica, todos os fenómenos degradantes à condição feminina e falta de oportunidade nos espaços de decisão” do país, disse à Lusa Gueri Gomes, da direção da Liga dos Direitos Humanos.
O responsável adiantou que o projeto lançado esta quarta-feira vai funcionar durante três anos dando ênfase a ações de coleta de dados “sobre todos os fenómenos que atentam contra a condição feminina” na Guiné-Bissau, “da infância à fase adulta”.
Todas as ações do “Observatório da Mulher” serão financiadas pelo Camões — Instituto da Cooperação e da Língua de Portugal, precisou Guerri Gomes.
Instituto nota avanços na condição das mulheres e meninas na Guiné-Bissau
A antiga ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural, e conhecida ativista das questões da mulher na Guiné-Bissau, Nelvina Barreto, da organização Miguilan, é da opinião de que o observatório irá contribuir para “um maior conhecimento da situação das mulheres na Guiné-Bissau”.
A ativista disse acreditar que a nova estrutura irá ajudar a garantir os direitos políticos, económicos e sociais das mulheres no país.
“Pretende-se com esta iniciativa colocar a temática feminina no centro da agenda nacional, criando espaços de debate, de coleta de informação, diagnóstico e análise profunda, de produção e divulgação de conhecimento, para melhor monitorar progressos, desafios e oportunidades”, referiu.
Com o apoio financeiro da União Europeia, a Liga Guineense dos Direitos Humanos e o Instituto Marquês de Valle Flôr têm em funcionamento, desde julho de 2022, o observatório de prevenção e combate ao extremismo e radicalismo na Guiné-Bissau.
Aquele observatório é conhecido pelo nome “No Cudji Paz” (escolhamos a paz na Guiné-Bissau).