Nuno Mangas foi exonerado de gestor do Compete, o programa de fundos europeus dedicado às empresas. A sua saída já era esperada, e tinha sido avançada pelo Eco em novembro, depois do programa estar sob escrutínio a propósito da Operação Maestro.Há responsáveis do Compete e da AICEP que estão a ser visados na investigação.

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Em Diário da República desta sexta-feira é publicado o despacho de exoneração de dois responsáveis do Compete: Nuno Mangas, que até aqui presidia ao programa, e de Luís Reinales, sem a indicação das razões para esse afastamento. Determina-se apenas que “são exonerados da comissão diretiva do Programa Temático Inovação e Transição Digital o presidente, Nuno André Oliveira Mangas Pereira, e o vogal Luís Ricardo Castilho Reinales”.

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E indica-se a nomeação da nova equipa gestora do Compete, que oficialmente tem a designação de Programa Temático Inovação e Transição Digital.

Para o lugar de Nuno Mangas, que tinha sido reconduzido no cargo em março de 2023 por Mariana Vieira da Silva, no Governo socialista, é agora nomeada pelo ministro da Coesão Territorial, Castro Almeida, e pelo da Economia, Pedro Reis, alguém que tinha passado, em março de 2023, para a ANI. Alexandra Vilela saiu, nessa altura, do Compete para a ANI, voltando agora ao Compete como presidente. Para seus vogais são nomeados Henrique Alberto Martins Figueiredo e Carla Cristina Mendes Leal. Segundo o despacho publicado esta sexta-feira, “as presentes designações fundamentam-se em parecer da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública, através do qual é reconhecida aptidão e experiência profissional aos ora designados”.

As decisões começaram a ter efeitos na quinta-feira, 5 de dezembro.

A Operação Maestro levou o atual Governo a promover uma auditoria aos programas em questão. A auditoria aos projetos abrangidos pela Operação Maestro, ligados à Selectiva Moda, de Manuel Serrão, detetou irregularidades na atribuição de alguns fundos e, conforme disse então o Ministério da Coesão Territorial, vai ter consequências, nomeadamente dentro da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), que acabou como a única visada no processo.

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