O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, considerou esta sexta-feira “urgente” a construção de um novo hospital em Barcelos, considerando que as atuais instalações já não respondem às exigências dos tempos atuais.

Em declarações à Lusa, na sequência de uma visita ao Hospital de Barcelos, Carlos Cortes disse que presenciou “situações inaceitáveis do ponto de vista técnico, que prejudicam os cuidados de saúde e afetam a própria formação dos médicos”.

“É o espaço exíguo, são as dificuldades na circulação dos doentes e na manutenção de distâncias de segurança, é a escassez de salas operatórias (há duas mas seriam necessárias mais quatro), são equipamentos uns em cima dos outros”, apontou.

Para Carlos Cortes, o poder político “tem de dizer presente” e avançar com o processo de construção de um novo hospital.

“Há todo o empenho dos profissionais, que fazem muito com muito pouco, mas que podiam fazer ainda mais se lhes fossem dadas condições”, adiantou o bastonário, lembrando que aquele hospital serve mais de 160 mil utentes de Barcelos e Esposende.

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Em novembro, o presidente da Câmara de Barcelos, Mário Constantino, disse que o projeto do novo hospital da cidade vai ser elaborado em 2025, estando o início da obra previsto para o ano seguinte.

No Orçamento do Estado para 2025, o Ministério da Saúde diz que o Governo definiu um plano plurianual de investimentos que contempla 163,3 milhões de euros para a construção do novo Hospital de Barcelos.

Em 2025, acrescenta, serão assegurados os projetos de construção.

“Em 2026, penso que a obra estará em condições de avançar”, disse Mário Constantino.

Em meados de novembro, entrou em discussão pública o plano de pormenor do novo hospital, cujo objetivo principal é criar as condições de ordenamento territorial que viabilizem a criação daquele equipamento de saúde.

O período de discussão pública decorre até 31 de dezembro.

A área disciplinada por aquele plano de pormenor tem cerca de 31 hectares e está distribuída por uma zona praticamente não edificada contígua à malha urbana da zona norte da cidade de Barcelos.

Distribui-se pelas freguesias de Abade de Neiva, Barcelos, Vila Boa e Vila Frescaínha S. Martinho e Vila Frescaínha S. Pedro.

No final da discussão do plano de pormenor, a câmara concretizará a aquisição dos terrenos, por quatro milhões de euros, abrindo assim caminho para o avanço da obra, uma aspiração antiga de autarcas e populações de Barcelos e Esposende.

Em 2007, o Governo e a Câmara de Barcelos assinaram um protocolo para a construção do novo hospital daquela cidade.

O projeto do hospital seria depois apresentado publicamente pelo então secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro.

No entanto, o processo nunca saiu da gaveta.

Atualmente, o hospital funciona num edifício propriedade da Santa Casa da Misericórdia.

O hospital integra a Unidade Local de Saúde Barcelos/Esposende, que inclui ainda os centros de saúde dos dois concelhos.