Os condutores por esse mundo fora adquiriram 1,8 milhões de veículos eléctricos (EV) durante os 30 dias de Novembro, um novo recorde mensal para este tipo de mecânicas, que aumentou 32% face ao período homólogo de 2023. Novembro de 2024 marcou ainda o terceiro mês consecutivo de incremento do volume de vendas de carros a bateria.

Este crescimento em Novembro deve-se sobretudo à China, mercado onde os veículos eléctricos representaram 1,3 milhões de unidades, tendo-se aí comercializado 9,7 milhões de EV de Janeiro a Novembro, um incremento de 40% comparativamente a 2023. E, de acordo com a consultora Rho Motion, os modelos a bateria representam já 70% do total das vendas de veículos na China, país que começou a apostar fortemente em 2009 nos carros que armazenam a energia de que necessitam em baterias, devido aos graves problemas de poluição que afectavam as grandes cidades.

Fonte: Rho Motion

Nos mercados dos EUA e Canadá as vendas de eléctricos aumentaram 10% em Novembro de 2024, com este tipo de veículos a superar 1,6 milhões de unidades, se considerado o acumulado nos primeiros 11 meses do ano. Contudo, no ar permanece a dúvida em relação à estratégia a implementar por Donald Trump nos próximos quatro anos, no que respeita aos incentivos aos veículos eléctricos, cuja continuidade não é defendida pela Tesla, mas sim pela General Motors, Ford, Rivian e marcas norte-americanas da Stellantis.

Entre os grandes mercados, o europeu foi um que decresceu, ainda que ligeiramente. Em Novembro deste ano, os condutores do Velho Continente compraram menos 3% de veículos eléctricos, em relação a 2023. No acumulado de Janeiro a Novembro, foram comercializados neste continente 2,7 milhões de unidades com esta tecnologia, com alguns países a subir e outros a descer no volume de vendas. A subir surge, por exemplo, o Reino Unido, onde a venda de EV aumentou 17% no acumulado do ano, enquanto outros importantes mercados caíram, como Itália, França e Alemanha, que é quem mais veículos consome na Europa, tanto eléctricos como a combustão.

A Alemanha parece estar em sintonia com os construtores germânicos, que estão apostados em tentar provar que as metas para as vendas de veículos eléctricos são impossíveis de atingir. Para dar uma ajuda à indústria local (ou a pedido dela), os governantes retiraram os subsídios aos carros a bateria em Janeiro, o que levou a uma desaceleração das vendas ao longo do ano. Mas enquanto a concorrência, especialmente a chinesa, conquista cada vez mais espaço no maior mercado europeu, as marcas alemãs continuam a evitar ter de investir em novas plataformas e em novas unidades fabris para as produzir, além de nas necessárias fábricas de baterias. Resta esperar para confirmar se esta estratégia funciona a longo prazo.

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