Março de 2021. No Etihad, um golo de Bruno Fernandes e outro de Luke Shaw levaram o Manchester United a vencer o Manchester City no dérbi da cidade, interrompendo uma série de 21 vitórias seguidas dos citizens. Passaram três anos e nove meses. E foi mesmo preciso esperar três anos e nove meses para voltar a ver o Manchester United vencer em casa do Manchester City.
Este domingo, a equipa de Ruben Amorim esteve a perder durante muito tempo, mas só precisou de dois minutos já na ponta final do encontro para dar a volta ao marcador com golos de Bruno Fernandes e Amad Diallo. O Manchester United voltou às vitórias depois de duas derrotas seguidas na Premier League e o treinador português, de forma muito particular, tornou-se o primeiro desde Alex Ferguson a ganhar o primeiro dérbi que disputou.
“Foi incrível. Foi mesmo ‘Fergie time’. Acredito nisso, algo mágico aconteceu. Acho que merecemos. Foi um jogo muito difícil, mas acreditámos até ao fim. Conseguimos marcar e precisávamos desta vitória, era importante para nós e para os nossos adeptos”, começou por dizer Ruben Amorim, que há cerca de um mês já tinha derrotado o Manchester City de Pep Guardiola ainda no Sporting, em declarações à Sky Sports.
“Ainda temos muito por fazer, mas é uma vitória importante para os nossos adeptos. Vejo o mesmo jogo até aos 85 minutos. Talvez a nossa conversa fosse muito diferente sem os golos, mas o desempenho foi o mesmo, estivemos em jogo durante os 90 minutos. Não controlámos o resultado durante o tempo todo, mas acho que o merecemos. Foi um bom dia para nós”, acrescentou.
Mais à frente, o treinador português garantiu que não se deixa levar pela euforia e abordou ainda a exibição de Amad Diallo, que sofreu a grande penalidade e marcou o golo da reviravolta. “Quando este jogo acabou lembrei-me da semana passada, durante a tempestade, quando perdemos com o Nottingham Forest. Guardo esse sentimento para estes dias, para não me deixar levar. Diallo? O Ten Hag e o Van Nistelrooy fizeram um ótimo trabalho com ele, é muito importante. Todos os jogadores encaixam no meu sistema”, atirou.
+ de 3 anos depois, o Man. United voltou a vencer em casa do Man. City: o último triunfo tinha sido em março de 2021
⚠Rúben Amorim venceu Guardiola pela 2.ª vez nesta época – os Cityzens só ganharam um dos 11 últimos jogos (8 derrotas neste período) pic.twitter.com/4ThZyksgCp
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Por fim, Ruben Amorim falou ainda sobre o facto de ter deixado Marcus Rashford e Alejandro Garnacho de fora da convocatória, algo que ainda antes do apito inicial tinha justificado como “uma seleção”. “Nada de especial. Nova semana, nova vida. Se treinarem bem, vão competir por um lugar na equipa. Precisamos deles, é a mesma coisa para todos. Vão jogar ou ficar no banco, não se trata de uma questão disciplinar. Temos de melhorar os nossos padrões dentro e fora de campo”, terminou.
Nas redes sociais, outro dos jogadores que têm sido cruciais para Ruben Amorim acabou por ter uma abordagem muito particular ao dérbi: Rasmus Højlund partilhou uma fotografia com Kyle Walker, com quem protagonizou um momento mais aceso em campo, e escreveu um poema, deixando a ideia de que o internacional inglês simulou ter sido agredido. “Manchester é vermelha, as violetas são azuis, que exibição brilhante, mas o Oscar vai para…”, referiu o avançado dinamarquês, com ironia.
Pouco irónico, porém, estava Bernardo Silva. O internacional português foi titular pelo Manchester City, que leva agora apenas uma vitória nos últimos 11 jogos, e mostrou-se muito crítico face a prestação da equipa. “Merecíamos o que aconteceu. Não podemos dizer que isto é sorte ou azar, dez jogos sem vencer não têm nada a ver com isso. Ao minuto 87 de um dérbi, a ganhar por 1-0, e o nosso canto acaba num penálti para eles. Se tomarmos estas decisões estúpidas a três ou quatro minutos do fim merecemos pagar por isso”, indicou, referindo-se à grande penalidade cometida por Matheus Nunes.
“Não se trata de um jogo, são muitos jogos, ultimamente. Temos de olhar para nós próprios. Podemos dizer que é um pouco de azar, mas não, são as decisões que tomamos. Hoje, no último minuto, jogámos como os Sub-15. É um pouco frustrante porque, se olharmos para o jogo até ao minuto 86, só havia uma equipa que podia ganhar o jogo”, terminou.
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