O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) Frederico Morais disse ao Observador que não compreende o comunicado conjunto de ontem do Ministério da Justiça e da Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) sobre o planeamento de uma fuga no estabelecimento prisional de Coimbra, no sábado. No documento, afirmam que não foram recolhidos “indícios” nesse sentido e que o “único facto concreto a reportar foi a receção de um telefonema anónimo” a alertar para a possibilidade da tentativa de evasão.
Ministério da Justiça nega que tenha havido tentativa de fuga de reclusos na prisão de Coimbra
“Se o telefonema anónimo foi tão desvalorizado, porque é que chamámos 30 guardas prisionais?“, questiona Frederico Morais, em declarações à Rádio Observador. Segundo o dirigente sindical, foi a DGRSP que ativou a equipa de intervenção do Corpo da Guarda Prisional, algo que apenas acontece “em situações de crise”. “Se isto não é nada”, disse o líder do SNCGP, “não chamem guardas prisionais, porque as pessoas têm vida”. “Isto é brincar connosco, nós não somos bonecos”, disse.
Prisão Coimbra. Evitada “mais uma catástrofe no sistema prisional português”
Frederico Morais acusa o comunicado do Governo e DGRSP de “desvalorizar uma situação grave”, referindo que, para além de terem sido convocados 30 guardas prisionais, alguns dos quais estavam de folga, também mobilizaram agentes da PSP para fazer rondas ao estabelecimento prisional. “Isto é brincar connosco”, repetiu.
“Querem mandar areia para os olhos de alguém, então mandem, mas a mim não”, disse Morais. “Incomoda nós dizermos que ainda não há segurança nas cadeias? Acredito bem que sim, passaram três meses e meio de Vale dos Judeus…”, acrescentou.
Texto editado por Dulce Neto