Manuel Pizarro está oficialmente na corrida à Câmara Municipal do Porto. O nome do antigo ministro da Saúde foi ratificado, esta terça-feira, pela Federação Distrital do Porto do Partido Socialista para as eleições autárquicas do próximo ano.

O desafio está longe de ser uma estreia ou novidade para a Pizarro. A primeira aconteceu em 2013, ano em que Rui Moreira, atual presidente, venceu e atribuiu os pelouros da Habitação e Ação Social a Pizarro, por via de um acordo de governação.

A segunda tentativa aconteceu já em 2017, ano em que o movimento independente de Rui Moreira recusou o apoio do Partido Socialista à recandidatura. Manuel Pizarro voltou a encabeçar a lista e de novo a perder para o atual presidente da Câmara Municipal do Porto.

Mesmo depois do desfecho das últimas duas candidaturas, para o presidente da Federação distrital socialista do Porto, Nuno Araújo, Manuel Pizarro “é um dos melhores militantes socialistas” e tem uma “candidatura forte” ao município. “É um candidato que nos dá todas as garantias: foi eurodeputado, foi ministro, já foi vereador na Câmara Municipal do Porto. É alguém que os portuenses conhecem muito bem e acho que isso nos dá as garantias de em 2025 voltar a conquistar o município do Porto”.

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Ainda assim, as críticas apontadas ao candidato socialista não tardaram em aparecer. Como foi o caso do secretário-geral do PSD, Hugo Soares, que apelidou Pizarro de ser “uma espécie de cromo repetido”. Sobre estas declarações, Nuno Araújo sai em defesa do antigo ministro da Saúde e remata que o social-democrata critica, mas não apresentou ainda nenhum nome para o cargo. “Isso é vindo de alguém que ainda não tem candidato e que anda à rasca de tentar encontrar uma fórmula qualquer para tentar unir a direita. A direita está dividida no Porto isso é claro para todos nós e ao contrário do que aconteceu no passado, o PS escolheu no devido tempo o seu candidato e tem uma candidatura no terreno”, refuta.

Entre as prioridades à Invicta para Manuel Pizarro estão a mobilidade, habitação, serviços sociais e resolver o problema do trânsito da cidade. Fazer com que a Câmara Municipal do Porto volte a integrar a Associação Nacional de Municípios (ANMP), é outra das bandeiras do candidato, aponta Nuno Araújo: “Nós somos maioritários do ponto de vista autárquico do país e queremos continuar a ser e para isso nós temos de ter mais câmaras do que o PSD. O Porto, espero eu, vai dar essa maioria no país”.

Recorde-se que a Câmara do Porto abandonou o organismo depois de Rui Moreira ter considerado que tinham “fracassado” em representar os municípios no processo de descentralização de competências do Estado. Admitindo mesmo que “a ANMP fez acordos com o Governo sem ouvir os município e sem estar para tal mandatada, ignorando os seus interesses e preocupações legítimas”. Depois de abandonar o organismo em 2022, a Câmara do Porto passou a assumir de forma “independente e autónoma” as negociações com o Estado.

Na restante lista apresentada pelos Socialistas aos municípios do distrito foram reconfirmados ao todo 12 dos 18 candidatos. Entre eles está Luísa Salgueiro que volta a candidatar-se à Câmara de Matosinhos pelo terceiro mandato. Já em Vila Nova de Gaia, a escolha recai sobre o antigo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia.

O atual presidente da Câmara de Valongo, vai passar a liderar a Câmara da Maia (uma vez que e encontra a cumprir o último mandato), fica no seu lugar Paulo Esteves Ferreira. Amarante fica entregue a Américo Paulo Ribeiro, Paulo Pereira a Baião e Luís Filipe Araújo é a escolha socialista para Gondomar. Cristina Vieira foi apontada para Marco de Canaveses, Paulo Araújo Correia à autarquia de Penafiel e João Trocado à Póvoa de Varzim. Por fim, Alberto Costa candidata-se a Santo Tirso e Amadeu Dias à Trofa.

Os restantes municípios do Porto – Paredes, Lousada, Felgueiras, Paços de Ferreira e Vila do Conde – serão ratificados no início do próximo ano.

Atualmente, o Partido Socialista lidera 12 dos 18 municípios do distrito do Porto.