O Presidente alemão pediu hoje união, no tradicional discurso de Natal, e para que o país não se deixe paralisar pelo medo, após o ataque na sexta-feira no mercado de Natal, que matou cinco pessoas e fez 200 feridos.

“Neste Natal, muitas pessoas estão com o coração pesado. Muitos estão chocados e sentir-se-ão inseguros, quem sabe, tenham medo. Todas estas emoções são compreensíveis, mas não nos devem dominar e não nos devem paralisar. Não o permitamos”, afirmou Frank-Walter Steinmeier.

Durante o seu discurso tradicional de Natal, o Presidente alemão defendeu que “o ódio e a violência não devem ter a última palavra”.

“Não nos deixemos dividir”, pediu.

Frank-Walter Steinmeier apelou para que os cidadãos mantenham a unidade, uma vez que, disse, preservar a coesão, quando é necessário, é uma das características que define a Alemanha.

Com foco nos desafios da atualidade, o Presidente reconheceu que, neste momento, existe “muita insatisfação perante a política, a economia, a burocracia, as injustiças” e que a vida quotidiana na Alemanha se tornou mais dura.

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“Todos estes desafios não se podem mudar, como presentes que não gostamos. Mas devemos dizer abertamente o que não funciona bem no país, como poderia funcionar melhor e que ações urgentes se devem tomar”, disse.

O Presidente apelou para a esperança e confiança nas capacidades e na força do país que, no passado, já permitiram superar grandes crises.

“Estou convencido de que a nossa democracia é e permanece forte”, declarou, lembrando o 75.º aniversário da Constituição da Alemanha que se celebrou este ano.

Frank-Walter Steinmeier, do Partido Social Democrata (PSD), do chanceler Okaf Scholz, também fez referência à convocação prevista de eleições antecipadas, depois do chefe do Governo ter perdido um voto de confiança parlamentar, após a rutura da coligação tripartida, em novembro.

“Embora o Governo tenha chegado ao fim, prematuramente, não é o fim do mundo, mas sim um caso que está previsto na Constituição. Tomarei a decisão sobre a dissolução do Bundstag, [câmara baixa do Parlamento] e sobre as novas eleições de forma cuidados, depois das festividades”, disse.

Todos contam com a realização de eleições antecipadas no dia 23 de fevereiro, data acordada entre o Governo e a oposição, mas falta o anúncio forma por parte do Presidente.

Frank-Walter Steinmeier já anunciou que tomará a decisão sobre a dissolução do Parlamento em 27 de dezembro, a primeira data em que é possível manter o prazo de 60 dias previstos na Constituição, para celebrar eleições antecipadas.