Ao lado de Zlatan Ibrahimović, Sérgio Conceição foi apresentado como treinador do AC Milan, “orgulhoso” e crente de que está numa das “melhores equipas do mundo a nível histórico” à qual não podia dizer que não. Consciente de que o tempo é curto, recusa desculpas e prometeu que fará tudo para chegar aos lugares da Champions — para isso, acredita que é preciso “intensidade”, “paixão”, “exigência” e estar envolvido em todo o clube.

“Não precisa de apresentações, toda a gente sabe quem é.” As palavras são de Zlatan Ibrahimović, atual diretor do futebol do AC Milan, que também não precisa de apresentações e que descreve Sérgio Conceição como uma “pessoa muito direta, com caráter e um vencedor” que “chegou e quis começar logo a trabalhar”.

Sérgio Conceição chega “muito orgulhoso” para aquele que considera um “passo em frente” na carreira, mas reconhece que é preciso “trabalhar muito” para chegar aos objetivos. “Se estou aqui é porque algo correu mal, a culpa não é só de uma pessoa”, diz, no meio de elogios a Paulo Fonseca, que deixou o lugar vago que permitiu um regresso de Conceição ao banco seis meses depois de deixar o FC Porto. Além de ser preciso “refletir”, o treinador português admite que não há “muito tempo para trabalhar”, até porque o primeiro jogo — em que vai defrontar o filho que representa as cores da Juventus — é já na sexta-feira. Porém, sublinha: “Não nos lamentamos nem estamos à procura de desculpas.”

“Podemos mudar o sistema”, aponta, já “o espírito e a mentalidade da equipa não é negociável, a intensidade, a vontade, a fome de chegar lá…”. “Não é fácil porque sou um apaixonado, já estive exposto muitas vezes e já fui expulso, quero que os jogadores também tenham essa paixão”, afirma, enaltecendo a importância de “chegar ao limite” e de alcançar uma certa “mentalidade” para que o AC Milan seja a “equipa mais forte“.

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Numa comparação com o passado dentro de campo, garante que “é tudo diferente”. “Quando somos jogadores pensamos que sabemos tudo sobre o futebol e não é bem assim, pensamos no nosso jardim, em fazer as nossas coisas durante duas horas. Os treinadores nem dormem”, conta, realçando que dentro de um clube “todos são importantes” e que existe uma “vontade de conhecer tudo, de saltar etapas para chegar ao conhecimento de tudo e de todos”, do departamento médico à pessoa que corta a relva.

E apesar de considerar que se “procura sempre a perfeição“, sabe que “não é possível” e que “cada semana é um teste novo, um teste difícil”. Além disso, Conceição lembra que tem 50 anos, é treinador há 13 e promete que todos os jogadores vão ter à sua frente alguém “justo, direto”. “É difícil, mas esta é a gestão do grupo, comunicação direta, olhos nos olhos com os jogadores. Nos grandes clubes, se não tens pressão o que fazes? A pressão faz parte. Os momentos difíceis são normais, depois haverá momentos melhores. As palavras são palavras, o que interessa são os resultados”, realça.

O primeiro teste é ainda esta semana e questionado pelos jornalistas — durante a apresentação que até dispensava porque tem de se focar no trabalho — sobre um dos adversários ser o filho, Sérgio Conceição desvalorizou: “Tenho cinco filhos e falo com eles todos os dias. O Francisco será um adversário na sexta-feira, em casa é o meu filho, é o normal.” Quando ao seu plantel, “os jogadores são todos iguais” e promete um “discurso e exigência é igual para todos”.

Sérgio Conceição assegura ainda que o “jogo dominante” na sua forma de ver “é o resultado”. “Para mim tique-taque é pôr a bola lá dentro”, resume, enquanto deixa a garantia de que a equipa “tudo fará” para chegar ao objetivo da Champions.

Numa menção curta ao FC Porto, e esclarecendo que não quer falar sobre o assunto, reconhece que a saída do clube “não foi fácil”. Mas isso ficou lá atrás: “Estou a treinar uma das melhores equipas do mundo a nível histórico, não podia dizer que não, mesmo que tivesse outras propostas.”