O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, congratulou-se esta quinta-feira com o regresso da carreira aérea, que “é bom” para a região de Viseu, pois liga-a a Bragança, Vila Real, Cascais e Portimão.
“Só me posso congratular com o regresso das carreiras aéreas. Claro que é um contentamento, porque é bom não só para Viseu como para toda a região”, disse esta quinta-feira à agência Lusa Fernando Ruas.
Segundo a página da internet da Fly Sevenair, que realiza os voos, a empresa e a secretaria de Estado das Infraestruturas “celebraram um novo contrato de concessão para a prestação do serviço público, que permitirá o reinício das ligações aéreas regionais”.
“Em breve divulgaremos os horários e abriremos as reservas, assim que forem concluídos os procedimentos administrativos pendentes no Tribunal de Contas”, afirma a empresa num comunicado emitido em 20 de dezembro de 2024.
Esta quinta-feira, à agência Lusa, Fernando Ruas sublinhou que “é uma carreira que anda sempre cheia, o que significa que tem muitos utilizadores que encurtam, desta forma, a distância entre Viseu e Lisboa e, claro, de todo o interior” do país.
“Há muita gente aqui em Viseu que usa a ligação aérea com frequência. E quero acreditar que a empresa vai manter a assiduidade e que estará para breve, porque não é a primeira vez que o Tribunal de Contas vai dar o visto”, sustentou.
A empresa que assegura esta linha aérea regional, com voos diários entre Bragança, Vila Real, Viseu, Cascais e Portimão, tinha anunciado em 25 de setembro que a ligação ia “parar devido à falta de pagamento do serviço pelo Estado, que tem uma dívida total de 3,8 milhões de euros, provocando o “estrangulamento de tesouraria”.
Sevenair interrompe ligação aérea Bragança-Portimão até receber e ter novo contrato
Em janeiro de 2024, o Grupo Sevenair, que há 15 anos é a única empresa a concorrer ao respetivo concurso, assinou um primeiro ajuste direto desse ano ainda com o Governo anterior, que vigorou de março a junho, por 750 mil euros, e já com o atual executivo, liderado por Luís Montenegro, foi assinado um segundo ajuste direto, válido até setembro de 2024, por 900 mil euros.
O diretor de voos, Sérgio Leal explicou que ainda há outros montantes anteriores por liquidar, referentes aos últimos trimestres de 2022 e de 2023 e às garantias bancárias necessárias em contratos públicos, o que perfaz o total do valor em falta.
No comunicado emitido em 25 de setembro, a empresa lamentou “o imenso o impacto da suspensão da linha relativamente às populações do interior Norte de Portugal que serão afetadas, bem como o destino de perto de uma centena de trabalhadores ligados a esta linha, nas várias escalas, incluindo tripulações, manutenção e ‘handling’, tendo sido estas as razões que, apesar de nada ter recebido em 2024, levaram a Sevenair a manter a operação enquanto foi humanamente e financeiramente possível”.