O Presidente da República almoçou esta quinta-feira com o presidente do Conselho Europeu depois de uma audiência em Belém. Se o encontro é normal, o repasto que se seguiu — que é sempre de carácter facultativo — ganha especial simbolismo numa altura em que Marcelo Rebelo de Sousa já deu a entender que preferia ter com o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, a mesma relação de proximidade que tinha com o antecessor António Costa. O Presidente fez, aliás, questão de publicitar não só a audiência, como também o almoço que se seguiu — que é, naturalmente, privado.

O antigo primeiro-ministro foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa no Palácio de Belém pelas 12h35. Quando já estavam lado a lado, António Costa perguntou ao chefe de Estado como estava e ouviu, como resposta, que estava “muito bem-disposto”, detalhou a CNN. Seguiu-se depois o encontro, no qual foram abordados “assuntos internacionais e europeus”, detalhou a Presidência da República.

Nos cumprimentos de Natal em Belém, a 18 de dezembro, o Presidente da República verbalizou o desconforto ao dizer que “não basta a solidariedade institucional. A solidariedade institucional foi sempre boa entre o Presidente da República e os sucessivos governos – e  continua a ser agora. Mas não é suficiente.” E chegou mesmo a dizer que é indispensável existir o relacionamento que tinha com Costa: “É importante também haver, e houve-o também no passado, porque os problemas são ainda mais graves ainda, tem de haver no presente a cooperação estratégica.”

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O mesmo aconteceu no início do mês quando Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que “dizia muitas vezes a um governante com o qual partilhei quase oito anos e meio de experiência inesquecível: um dia reconhecerá que éramos felizes e não sabíamos”. Mais uma indireta à relação fria de Montenegro com o Presidente.

Já esta quarta-feira, na mensagem de Ano Novo ao país, Marcelo Rebelo de Sousa voltou a queixar-se, exigindo ao primeiro-ministro que “prossiga” o “bom senso” que levou a “reforçar a solidariedade institucional e até a cooperação estratégica entre órgãos de soberania, nomeadamente entre Presidente da República e primeiro-ministro”.

Notícia atualizada às 15h54