A polémica à volta do salário de Hélder Rosalino, que desistiu de assumir o novo cargo de secretário-geral do Governo, suscitou mais uma tensão entre Luís Montenegro e Mário Centeno. Mas o entendimento do governador do Banco de Portugal, que garante que não há base legal para a instituição continuar a assegurar o ordenado de Rosalino quando deixasse de ser consultor do BdP, é contrariado por casos anteriores.
O Expresso recorda na sua edição semanal, publicada esta quinta-feira, que há mais de dez anos o banco central chegou a pagar parte do salário de dois membros de gabinetes do Governo (ambos no primeiro Governo de Pedro Passos Coelho).
No entanto, Centeno continua a garantir, com base na legislação europeia, que esta é uma violação da lei e que o banco central até pode processar os encargos (no caso de Rosalino, que entretanto desistiu de assumir o cargo, tratava-se de um salário de 15 mil euros), mas depois tem de ser reembolsado. O modelo é, segundo a interpretação do Banco de Portugal, diferente daquele que é aplicado quando estão em causa outros locais de origem na Administração Pública, e que podem expressamente continuar a pagar os salários ao pessoal que passe a integrar o Governo.
Centeno já informou Governo que não vai pagar vencimento de Hélder Rosalino no Governo