Em 2024, a execução financeira total da FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia) aumentou 42,2% face ao ano anterior — o que se traduz em 833,3 milhões de euros. Os dados foram divulgados esta segunda-feira pelo Ministério da Educação, que detalha que o valor executado em 2024 “significa um recorde de verbas transferidas pela FCT para o SCTN (Sistema Científico e Tecnológico Nacional)”, sendo a execução “mais elevada de sempre”.

Os cerca de 833 milhões de euros de execução total da principal entidade que financia a Ciência em Portugal distribuem-se por: 652 milhões em receitas de imposto, 173 milhões em Fundos Europeus e oito milhões em receitas próprias.

Por áreas de intervenção, segundo os dados do Ministério tutelado por Fernando Alexandre, foram executados 171 milhões de euros em Unidades de Investigação e Desenvolvimento (mais 106,4% do que em 2023); 185,3 milhões em formação avançada/bolsas (mais 40,7%) e 160,4 milhões em emprego científico (mais 33,6%).

O Ministério da Educação sublinha ainda que “até ao final de julho de 2024 a FCT pagou todas as suas dívidas às Unidades de ID [Investigação e Desenvolvimento], garantindo liquidez para a execução dos projetos de investigação”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Fundação para a Ciência e a Tecnologia financia 1.778 novos lugares para investigadores doutorados

A execução financeira do último ano “foi possível devido ao reforço orçamental em receitas de impostos que a FCT teve em 2024 por parte do Governo” e ainda devido “à capacidade de a FCT executar as verbas que lhe são transferidas”. Para o ano que agora se inicia, o orçamento da FCT inclui mais 26 milhões de euros em receitas de impostos (um aumento de 6%).

O Governo pretende, ainda, ver aprovado no Parlamento o novo Estatuto da Carreira de Investigação Científica, que tem vindo a ser pedido pelos membros desta comunidade. “A proposta do Governo em discussão na especialidade visa uma mudança estrutural, dando previsibilidade e estabilidade aos investigadores”, aumentando a atratividade da carreira de investigação e incentivando o alinhamento da investigação em Portugal com os princípios que orientam os restantes países da União Europeia.

Este ano será ainda desenvolvido um projeto para instalar “uma das primeiras fábricas europeias de Inteligência Artificial”, com o objetivo de “impulsionar a liderança da Europa no domínio da Inteligência Artificial. A participação portuguesa — em conjunto com Espanha, Roménia e Turquia — será liderada pela FCT.