José Sócrates e o amigo Carlos Santos Silva terão feito um donativo de dez mil euros ao PS para ajudar a pagar as despesas da campanha de António Costa à liderança do partido. É o que revela o Correio da Manhã desta quinta-feira, cuja edição continua a publicar dados sobre as escutas telefónicas feitas pelo Ministério Público ao ex-primeiro-ministro no âmbito da Operação Marquês.

De acordo com o jornal, Sócrates mantinha contacto muito regular com dirigentes socialistas e terá sido numa das conversas telefónicas que prometeu um apoio financeiro para suportar os custos da campanha de Costa, já depois de este ter vencido Seguro nas eleições primárias internas, em setembro de 2014. Esse apoio efetivou-se, escreve o Correio da Manhã, na entrega de dez mil euros repartidos entre o ex-governante e o ex-administrador do Grupo Lena, que o Ministério Público suspeita ter sido o testa-de-ferro de um esquema de branqueamento de capitais promovido por Sócrates.

Conta ainda o jornal que Sócrates tinha o hábito de falar sobre a liderança de António José Seguro com outros militantes socialistas, chegando mesmo a afirmar que já estava a tratar de o afastar do cargo de secretário-geral do PS. Ferro Rodrigues, Vieira da Silva e Manuel Pinho eram pessoas com quem falava frequentemente, mas também com António Guterres havia conversas. Numa delas, Sócrates contou ao amigo que tinha conseguido um emprego “porreiro”, relata o Correio da Manhã. Guterres riu-se: “Arranjaste foi um bom tacho.”

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