A redução da Taxa Social Única para empresas e trabalhadores cai? “Encontrámos um caminho muito satisfatório nessa medida”. O regime conciliatório cai ou não cai? “Sim”. Acabar o congelamento das pensões? “Também encontrámos um caminho satisfatório”. Foi desta maneira que Catarina Martins, porta-voz do Bloco de Esquerda, respondeu às perguntas sobre o acordo desenhado com o Partido Socialista. Um acordo pensado para quatro anos, como revelou.

Em entrevista a Maria Flor Pedroso, na Antena 1, horas antes de ser conhecida a decisão de Cavaco Silva de indigitar Pedro Passos Coelho como primeiro-ministro, a bloquista deixava claro que as três linhas vermelhas que tinha traçado para aceitar sentar-se à mesa com António Costa vão ser respeitadas. Isto, se o secretário-geral socialista conseguir chegar a primeiro-ministro, claro.

Pouco tempo depois, no discurso ao país, o Presidente da República afastava a hipótese de dar posse a um governo apoiado por Bloco e PCP, isto é, apoiado por “forças políticas antieuropeístas” que, “nos programas eleitorais com que se apresentaram ao povo português, defendem a revogação do Tratado de Lisboa, do Tratado Orçamental, da União Bancária e do Pacto de Estabilidade e Crescimento, assim como o desmantelamento da União Económica e Monetária e a saída de Portugal do Euro”. 

O Chefe do Estado defendeu também que se é certo que “o Governo formado pela coligação vencedora pode não assegurar inteiramente a estabilidade política de que o país precisa” seriam “muito mais graves as consequências financeiras, económicas e sociais de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas”.

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Ora, na entrevista à Antena 1, Catarina Martins deixou a garantia de que o Bloco de Esquerda fez as contas a todas as medidas que propõe. “Nós no Bloco fizemos contas a todas as medidas que propusemos”. E ainda apontou o caminho para a redução do défice e para o equilíbrio das contas públicas: através do crescimento económico.

Uma mensagem repetida por Catarina Martins, desta vez em entrevista a Judite Sousa na TVI, logo depois de conhecida a decisão de Cavaco Silva. A bloquista garantiu que as medidas propostas pelo partido “não põem em causa o equilíbrio do quadro macro-orçamental que o PS sufragou”. “Porque, por muito que eu não concorde com ele, o PS teve 30% dos votos e o BE teve 10%”, acrescentou.

Voltando à aliança com PS e PCP, a porta-voz bloquista reconhece que é um “trabalho complexo” e que não é fácil, mas que tudo está a ser pensado para os quatro anos da legislatura. “Temos medidas cujo calendário depende de uma legislatura. Estamos a trabalhar nelas. Não são fáceis, estamos a fazê-las, é um trabalho complexo”, revelou a bloquista.

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Cortesia da Antena 1