https://twitter.com/AAhronheim/status/662570330263822336/photo/1?ref_src=twsrc%5Etfw

Moscovo classificou de “blasfémia inaceitável” as caricaturas publicadas pela revista satírica francesa Charlie Hebdo sobre a queda do Airbus A-321 russo no deserto do Sinai, em que morreram 224 pessoas.

“Na nossa opinião, isto tem um nome: blasfémia. Não tem nada que ver com a democracia nem com a liberdade de expressão. É uma blasfémia”, disse aos jornalistas em Moscovo um porta-voz do Kremlin, Dmitir Peskov.

O mesmo responsável acrescentou que “apesar de não ter muito tempo” tem tentado procurar caricaturas sobre o assassinato dos próprios trabalhadores da revista por terroristas islâmicos, no passado mês de janeiro em Paris.

“Não encontramos (as caricaturas). Mas caso tivessem sido publicadas também seriam uma blasfémia. É assim que nós pensamos no nosso país”, sublinhou.

Peskov foi mais além nas considerações sobre a revista ao afirmar que “tem dúvidas de que uma publicação” como a Charlie pudesse existir e ser apoiada na Rússia.

“É uma publicação polémica e muita gente não a apoia. Muitos sentem-se ofendidos”, acrescentou.

Uma das caricaturas inclui a frase “os perigos das ‘low cost’ russas” e mostra os destroços de um avião enquanto uma caveira diz que o melhor será “apanhar a air-cocaína”, numa referência ao aparelho recentemente intercetado no Líbano com um carregamento de droga supostamente destinado ao financiamento dos radicais islâmicos na Síria.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A segunda caricatura mostra um terrorista islâmico a proteger a cabeça da queda dos destroços do aparelho, tendo na parte superior do desenho a inscrição: “a aviação russa intensifica os bombardeamentos” contra o Estado Islâmico.

Quando questionado pelos jornalistas, o porta-voz do Kremlin frisou que as caricaturas – “ofensivas para a Rússia” – não vão prejudicar as relações entre Moscovo e Paris.

Mesmo assim, a Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma) aprovou uma declaração em que condena as duas caricaturas sobre o acidente aéreo referindo que a publicação vai ter um impacto negativo nas relações entre a Rússia e a França.