Salah Abdeslam foi formalmente acusado de envolvimento nos atentados de Paris que vitimaram 130 pessoas a 13 de novembro. Em causa estão os crimes de “homicídio terrorista” e de “atividade em organização terrorista”. O juiz de instrução decretou a prisão do alegado terrorista. O suspeito está disposto a cooperar com a polícia belga, mas opõe-se à extradição já proposta pelas autoridades francesas.

A informação foi avançada pelo advogado de Abdeslam, Sven Mary e confirmada pela Procuradoria federal belga. O suspeito, que já deixou o hospital depois de ter sido atingido numa perna durante o raide policial de sexta-feira, vai ser sujeito a uma segunda ronda de interrogatório, ainda este sábado, avança a cadeia de televisão britânica.

O advogado tinha afirmado na sexta-feira que recusaria defender Abdeslam se ele negasse ter estado em Paris no momento dos atentados de 13 de novembro. Questionado este sábado sobre isso, o advogado respondeu: “Ele estava lá”, adianta a agência Lusa.

A recusa de extradição pode atrasar o processo mas, segundo especialistas, não põe em causa a transferência do acusado para França, na medida em que Abdeslam era alvo de um mandado de detenção internacional.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Salah Abdeslam, francês residente em Bruxelas e considerado pelas autoridades decisivo na logística dos ataques de Paris, foi detido na sexta-feira no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, depois de mais de quatro meses em fuga.

Ainda segundo a Procuradoria federal belga, o juiz decidiu decretar a prisão do proprietário do apartamento onde os dois cúmplices estiveram escondidos, Amid Aberkan. O suspeito está acusado de “participação em atividades de organização terrorista”.

Uma familiar de Amid Aberkan, Djamila M., também foi acusada de “participação em atividades de organização terrorista” e de “encobrimento de criminoso”, mas não ficou presa. Uma segunda mulher, Sihane A., “foi libertada sem acusação”.