A mortalidade por malária caiu 60% desde 2000, mas a doença ainda mata uma criança a cada dois minutos, pelo que o Dia Mundial da Malária, na segunda-feira, visa “acabar com a malária de vez”.
O Dia Mundial da Malária assinala-se anualmente, desde 2008, a 25 de abril, com eventos em todo o mundo que visam sublinhar os avanços no controlo da malária e apelar à ação e ao investimento de forma a acelerar o progresso contra a doença.
Provocada por um parasita que é transmitido aos humanos pela picada de um mosquito, a malária, também conhecida como paludismo, ameaça hoje cerca de 3,2 mil milhões de pessoas, quase metade da população mundial.
Segundo o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a malária, divulgado em setembro, o investimento e a aposta no combate à doença resultaram em grandes progressos nos últimos 15 anos.
Entre 2000 e 2015, a mortalidade por malária diminuiu 60% a nível global e o número de casos de malária caiu 37%, o que se estima que tenha permitido evitar um total acumulado de 1,2 mil milhões de novos casos e salvar 6,2 milhões de vidas.
Devido a estes progressos, a meta 6C do terceiro Objetivo de Desenvolvimento do Milénio, que previa “parar e inverter a incidência de malária”, foi alcançada.
No entanto, em 2015 ainda se registaram 214 milhões de casos e a doença matou 438 mil pessoas, 90% das quais na África Subsaariana e 78% das quais crianças com menos de cinco anos.
Perante este panorama, os novos objetivos, estabelecidos pelos Estados-membros da OMS em maio do ano passado ao abrigo da “Estratégia Técnica Global para a Malária 2016-2030”, são ambiciosos.
Mas também são alcançáveis, segundo a agência da ONU para a saúde.
Reduzir a taxa de novos casos em pelo menos 90%, reduzir a taxa de mortalidade em pelo menos 90% e eliminar a malária em pelo menos 35 países são algumas das metas, e para alcançá-las é preciso que o financiamento da malária triplique, atingindo os 8,7 mil milhões de dólares anuais até 2030, estima a OMS.
É por isso que o tema do Dia Mundial da Malária para este ano é “Vamos acabar com a malária de uma vez”, porque apesar dos êxitos alcançados, “um défice de financiamento anual ameaça fazer abrandar o progresso, particularmente em África, onde os países mais afetados enfrentam falhas de financiamento críticas”, pode ler-se na página worldmalariaday.org.
A malária é provocada por um parasita do género Plasmodium, que é transmitido aos seres humanos através da picada de uma fêmea do mosquito Anopheles.
Existem várias espécies, mas o Plasmodium falciparum é o mais perigoso para os humanos e o mais prevalente em África, onde se concentram 90% das mortes pela doença.
Os primeiros sintomas da malária são febre, dores de cabeça e vómitos e aparecem entre 10 e 15 dias depois da picada do mosquito, mas se não for tratada, a malária por P. falciparum pode progredir para uma fase grave e acabar por matar.
O combate à doença passa por uma diversidade de estratégias, que passam pela prevenção, através do uso de redes mosquiteiras impregnadas de inseticida e pulverização do domicílio, assim como pelo diagnóstico e tratamento dos casos confirmados com medicamentos anti-maláricos.
Ainda não existe qualquer vacina para a doença, embora recentemente a OMS tenha aprovado a realização de estudos piloto da candidata mais avançada.