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SEPT 5TH
Não é propriamente um evento raro, mas não é todas as semanas que aparece um álbum de estreia tão completo. Publicado pela OVO Sound, a editora da super estrela Drake, esta é a estreia dos “division” (dvsn), um projeto particularmente esquivo. Sabe-se que envolve os produtores Paul “Nineteen85” Jefferies, Noah “40” Shebib – precisamente dois colaboradores muito próximos de Drake – e ainda o vocalista canadiano Daniel Daley.
SEPT 5TH é um álbum sedutor, de melodias lentas produzidas ao milímetro e onde se destaca o falsete de Daniel Daley. É uma magnífica coleção de singles, qualquer um dos 10 temas que o compõe tem a virtude estética de servir de postal de um dos discos R&B mais interessantes que vai ouvir este ano. Acaso (quase ironia) do destino, apareceu-nos em escuta nos dias em torno da morte de Prince, talvez por isso tenha sido muito fácil encontrar nele ressonâncias do príncipe de Minneapolis. O que é um belo elogio.
Wire
Nocturnal Koreans
Formados em meados da década de 1970 na cena punk londrina, tornaram-se elementos essenciais no movimento pós-punk. A banda já passou por diferentes fases, apesar disso continuam com um toque experimental que respeita o passado, mas estão mais macios. Este novo Nocturnal Koreans, referenciado como um mini-LP (tem apenas oito temas), é um disco feito de sobras, canções que ficaram de fora do homónimo Wire (2015). Para quem não os conhece, este álbum bem pode servir de aperitivo para descobrir uma das bandas mais influentes no panorama do punk/rock britânico. São 40 anos de carreira que merecem respeito e não devem ser esquecidos.
LIGHTS
Midnight Machines
Pegue numa melodia pop orelhuda e desacelere-a ao ponto de a tornar irreconhecível. À primeira vista foi mais ou menos isso que aconteceu nesta elaboração em câmara lenta, seis versões acústicas de temas do álbum Little Machines (2014) às quais Valerie Poxleitner, artista do ano no Canadá em 2009, juntou mais duas canções. E assim fez das máquinas noite, uma viagem serena que teve outro ingrediente: estas canções foram gravadas no decorrer da primeira gravidez da compositora. É um daqueles casos em que a base soa melhor que o resultado final. Para quê complicar?