A decisão da Comissão Europeia de dar mais um ano a Portugal e Espanha para reduzirem o défice “não contribuiu para ajudar à confiança” na Europa, defende Wolfgang Schäuble. O ministro das Finanças da Alemanha critica Bruxelas pela decisão tomada em meados de maio e que será reavaliada em julho.

Citado pela Bloomberg, Wolfgang Schäuble mostrou-se muito crítico da decisão tomada pelos comissários europeus. O raciocínio do responsável alemão é que o facto de não ter havido sanções concretas leva os investidores e os responsáveis políticos a questionarem a validade das regras que existem na União Europeia em matéria orçamental.

A decisão “enfraquece o grau de confiança que se pode ter” nas regras europeias, afirmou Schäuble, que acrescenta que o Banco Central Europeu (BCE) também criticou a Comissão Europeia por ter “violado as regras”.

As declarações de Schäuble surgiram numa declaração pública do ministro das Finanças da Alemanha na sequência de uma reunião do Eurogrupo em que, de acordo com a análise da maioria dos especialistas, a Alemanha conseguiu vencer a resistência do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, sem aceitar tomar medidas imediatas de alívio da dívida, levar o FMI a participar financeiramente no resgate grego (sujeito a uma análise sobre a sustentabilidade da dívida a realizar em breve).

Schäuble confirmou que essa negociação com o FMI foi “difícil” e disse que a presença de Christine Lagarde, a diretora-geral do FMI, teria sido importante — “teríamos poupado algumas horas”. Mas o ministro alemão fez questão de sublinhar que “nada mudou de forma significativa” no programa grego.

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