Um tribunal administrativo de Nice deu razão à autarquia de Villeneuve-Loubet no caso da proibição do uso do burkini, depois de uma providência cautelar interposta pela Liga dos Direitos do Homem e pelo Coletivo Contra a Islamofobia em França (CCIF).

Segundo aquele tribunal, a proibição do uso do burkini — uma peça própria para banhos que consiste em roupa larga e que deixa à vista apenas mãos, pés e cara — é “necessária, adequada e propositada”. Para o tribunal, vestir o burkini pode ser demonstrar “de forma ostentatória convicções religiosas suscetíveis de serem interpretadas como relevantes de esse fundamentalismo religioso”. Acrescentada ainda que o burkini “pode ser recebido por alguns como um desafio ou uma provocação exacerbadora das tensões sentidas pela população”.

Esta foi a segunda ocasião em que o tribunal administrativo de Nice deu razão a uma autarquia por banir o uso do burkini. A primeira foi em relação a Cannes, que a 28 de julho se tornou na primeira cidade francesa a tomar esta medida. O CCIF colocou uma providência cautelar àquela medida aprovada pela autarquia lidarada pel’Os Republicanos, antigo UMP, de Nicolas Sarkozy. No final, o tribunal deu razão à autarquia.

Villeneeuve-Loubet, localidade próxima a Cannes e também liderada por um autarca d’Os Republicanos, foi a segunda autarquia a proibir o uso do burkini. Depois, seguiu-se Sisco, cidade na costa Norte da ilha da Córsega, onde a autarquia socialista tomou a mesma medida depois de um episódio de confrontos entre muçulmanos e outros banhistas numa praia daquela localidade.

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