Oito mulheres morreram e outras 50 estarão hospitalizadas depois de terem sido submetidas a uma intervenção cirúrgica, no âmbito de um programa do Governo de esterilização que está montado na zona central da Índia.
De acordo com a agência noticiosa norte-americana Associated Press (AP), citando um responsável do Distrito de Bilaspur, foram ainda suspensos três médicos que realizaram operações a um total de 83 mulheres.
As mulheres tiveram alta da operação cirúrgica a que se submeteram na noite de sábado, mas mais de duas dezenas ficaram doentes e tiveram que ser transportadas de ambulância para hospitais privados. Até ao dia de hoje, oito mulheres já tinham perdido a vida, de acordo com o mesmo responsável.
“Todas tinham os mesmos sintomas”, de acordo com Arvind Gupta, o diretor do Hospital Apollo, um dos hospitais onde as mulheres deram entrada. Entre os sintomas estava a baixa pressão arterial, dores de cabeça, problemas respiratórios e sinais de choque.
India: Eight women dead after botched sterilisation surgery at #Chhattisgarh health camp http://t.co/1dJqEu0sCd pic.twitter.com/UZctgmW8gH
— BBC Asia (@BBCNewsAsia) November 11, 2014
O jornal indiano Times of India diz que foram 50 as mulheres que deram entrada nos hospitais após as intervenções cirúrgicas, e aponta para acusações de negligência médica.
A primeira vítima mortal tinha 30 anos e foi operada no sábado. A mulher terá visto a sua condição piorar significativamente nas primeiras 24 horas após a cirurgia e não resistiu às complicações, tendo falecido esta segunda-feira num hospital da região.
Programas de esterilização em massa
O Governo indiano, preocupado com o rápido crescimento da sua população – que ronda os 1,3 mil milhões de pessoas, só superada pela China – oferece esterilização grátis às mulheres que querem evitar o risco e o custo de ter mais um filho, num país onde centenas de milhares vivem abaixo do limiar da pobreza. Por vezes, as mulheres recebem mesmo um pagamento único como incentivo para fazerem a cirurgia.
Os campos de esterilização são organizados pelo equivalente ao serviço nacional de saúde do país, que diz já ter mandado abrir um inquérito ao incidente. O diretor dos serviços de saúde indianos, Kamalpreet Singh, citado pelo Times of India, explicou que, como é política do Governo, os familiares mais próximos receberão uma compensação financeira pela morte das mulheres das suas famílias, sendo uma parte libertada de imediato.