Não vale a pena tapar o sol com a peneira. Depois do fiasco que foi o Note 7, lançado há precisamente um ano, a Samsung só tinha uma hipótese: voltar a apresentar um topo de gama com todas as letras. Foi isso que aconteceu esta quarta-feira, em Nova Iorque, no lançamento mundial do Galaxy Note 8.

O Observador foi a Londres na segunda-feira conhecer, em primeira mão, esta nova super máquina. Foi aquilo a que se costuma chamar de “hands on”, uma espécie de “mãos na massa” que nos permitiu, durante meia hora, fazer o primeiro reconhecimento do equipamento que é, a partir de hoje, o smartphone tecnologicamente mais evoluído da Samsung. O tempo foi pouco, mas o suficiente para registar as primeiras impressões.

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A primeira e mais surpreendente, pela positiva, é o tamanho. O ecrã de 6,3 polegadas, apesar de enorme, cabe confortavelmente na mão, fruto do desenho ergonómico, do baixo peso (195 g) e da adoção da tecnologia Infinity Display, estreada no S8. A imagem é fabulosa, graças ao ecrã Quad HD+ Super AMOLED, a qualidade salta à vista assim que se abre a câmara fotográfica ou até uma página web.

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Além do ecrã enorme, uma tendência de mercado impulsionada pela primeira versão, lançada em 2011, o Note continua a ter como característica diferenciadora a S Pen, a caneta que aumenta a quantidade de coisas que podemos fazer com um smartphone orientado para a produtividade.

A Samsung defende que o Note existe, porque diferentes consumidores têm diferentes necessidades, por isso define os utilizadores do Galaxy Note como pessoas que querem ter o trabalho (bem) feito. E a S Pen melhora muito a experiência porque permite, por exemplo, escrever notas diretamente no ecrã como se de uma folha de papel se tratasse, com uma enorme precisão, no traço e na pressão — e resistência: a S Pen funciona mesmo com o ecrã molhado ou sujo.

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Pontos fortes

  • tamanho: tem 6,3 polegadas, é muito grande mas confortável na mão;
  • qualidade do ecrã Infinity Display;
  • S Pen, mais precisa e sensível à pressão;
  • dupla câmara fotográfica, com 12 MP, estabilizador, zoom ótico 2x e excelente imagem com pouca luz;
  • 6 GB de RAM.

Ponto fraco

  • preço: 1.000 euros.

No Note 8, desenhar ou colorir é mais fácil; o Screen Off Memo (função que permite tirar notas com ecrã desligado) foi melhorado, permitindo estender a escrita a centenas de páginas; além disso, a S Pen permite ativar o sistema de OCR (Optical Character Recognition), oferecendo a tradução do texto selecionado quase instantaneamente. A caneta permite ainda otimizar a comunicação escrita através das Live Messages. Com a S Pen, basta escrever uma mensagem que esta é convertida diretamente num GIF.

O maior Note já feito, com 6,3 polegadas, melhora outra experiência: o multitasking, que vem reforçar o posicionamento do Note como ferramenta de trabalho. O App Pair, uma nova função acrescentada ao Edge (curva lateral do smartphone onde é possível aceder a atalhos) permite agrupar duas aplicações, de forma a que, com apenas um clique, ambas sejam abertas, lado a lado (por exemplo, mapas e música, ou email e browser).

O Note 8 introduz a câmara dupla na Samsung, sendo o primeiro smartphone a integrar estabilização ótica em ambas as câmaras. Uma é grande angular com uma abertura de f1.7, a outra tem uma abertura de f2.4.

As duas câmaras permitem a função Live Focus, uma tecnologia que já existe em muitos dispositivos e é particularmente usada nos retratos. O que se destaca nesta tecnologia é a possibilidade de controlar a focagem do fundo antes de tirar a fotografia; esse ajuste também pode ser feito já depois da imagem tirada. Funciona bastante bem.

A câmara de grande abertura volta a ser destacada diretamente com a concorrência. Numa caixa escura, pudemos ver o Galaxy Note 8 lado a lado com o iPhone 7 Plus, para testar a captura em condições de baixa luminosidade. Neste particular, a câmara Samsung continua imbatível.

Estas são três das quatro cores disponíveis. No mercado Europeu apenas deverão estar disponíveis o dourado e o preto

De resto, no que toca aos detalhes técnicos anunciados, destacamos os 6 GB de RAM e o armazenamento, que começa nos 64 GB (a memória é expansível por Micro SD até 256 GB). Quanto à bateria, apenas sabemos que tem 3.300 mAh e que foi sujeita ao sistema de verificação de oito pontos. O processador de 10 nm promete baixos consumos, otimizados pelo sistema operativo Android 7.1.1 — a Samsung está a trabalhar com a Google para disponibilizar atualizações de performance e segurança com mais regularidade.

No que toca à segurança, o Note 8 segue as pisadas do S8, com sistemas de autenticação biométrica (reconhecimento facial, da íris e impressão digital) e acrescenta a última versão do sistema Knox (v2.9).

O Note 8 é resistente à água e ao pó, permite carregamento sem fios, ligação LTE de alta velocidade (até 1 GB de velocidade de download), entrada para auscultadores convencional e auscultadores da AKG. Na Europa, o Note 8 vai estar disponível em duas cores: dourado e preto; noutros mercados, em azul e cinzento. Será ainda lançado um novo Gear VR com um controlador para o Note 8, que será compatível com os modelos anteriores até ao S6.

O Galaxy Note 8 chega às lojas a 15 de setembro com um PVP recomendado de 1019.90€ — quem fizer a pré-compra do Note 8 recebe de oferta uma estação DeX, no valor de 159€.

O Observador viajou a Londres a convite da Samsung Portugal.