Pouco depois da explosão que aconteceu esta manhã de sexta-feira numa carruagem do metro, na estação de Parsons Green, em Londres, começaram a surgir fotografias e vídeos nas redes sociais que mostravam um balde a arder — que esteve na origem da explosão que feriu vários passageiros. Estava dentro de um saco de compras da cadeia de supermercados alemã Lidl — que emitiu um comunicado onde se mostra chocada e preocupada com o incidente e apoia as autoridades na investigação.
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— Sylvain Pennec (@sylvainpennec) September 15, 2017
Relatos descrevem uma “explosão muito forte” que originou uma “bola de fogo muito intensa” e que atingiu vários passageiros. “Havia muitas pessoas a chorar e a tremer, a coxear e cobertas de sangue”, descreveu uma testemunha ao The Telegraph.
Parecia uma bomba artesanal. Estou apenas a especular. Era um grande balde. Pareceu-me um balde de maionese gigante. Não tenho certeza do que estava por dentro”, disse um dos passageiros à CNN.
Dentro do saco do Lidl, de acordo com as descrições das testemunhas, estava um engenho algo complexo e que, ao explodir, conseguiu atingir quase três dezenas de passageiros que se encontravam dentro da carruagem.
A Polícia Metropolitana confirmou que o rebentamento teve origem num engenho explosivo improvisado (IED, na sigla em inglês), ou seja, que foi construído de forma artesanal. As investigações iniciais permitiram descobrir que o engenho continha um temporizador. Também descobriram que a explosão foi acionada remotamente, permitindo concluir que não se trata de um ataque suicida e que o autor do ataque pode ter saído do metro mesmo antes da explosão.
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É “muito provável”, de acordo com especialistas que falaram à CNN, que o engenho usado neste ataque — já reivindicado pelo Estado Islâmico — contenha o mesmo tipo de explosivo usado nos ataques terroristas de Paris, Bruxelas e Manchester: triperóxido de triacetona (TATP na sigla em inglês). A presença deste explosivo não foi ainda confirmada por fontes oficiais.
Mas o engenho explosivo usado esta sexta-feira também se assemelha ao que foi usado nos atentados de 7 de julho de 2005, que aconteceram em vários transportes públicos na capital londrina e provocaram mais de 50 mortos e cerca de 700 feridos.
A nível do aspeto e da estruturação, o que resta do engenho parece altamente semelhante ao dos engenhos à base de peróxido de hidrogénio de 2005. O tamanho do engenho e facto de estar inserido num balde de plástico também é uma semelhança”, explicou Hans Michels, um professor da Imperial College London, ao The Guardian.
Ainda assim, o jornal The Guardian avançou que o objeto terá explodido apenas parcialmente. Isto significa que o número de vítimas causadas no ataque desta sexta-feira é inferior àquele que este engenho ao explodir seria capaz de provocar, se tivesse sido acionado na totalidade. A própria primeira-ministra britânica, Theresa May, confirmou que o explosivo “destinava-se a causar danos significativos”.