A greve geral de 24 horas da Função Pública decretada pela CGTP, no que diz respeito à Saúde, apresenta a Norte “números próximos dos 100%”, disse esta sexta-feira à Lusa o coordenador do Sindicato da Função Pública do Norte.

Com início às 20h de quinta-feira, o primeiro balanço surgiu perto da meia-noite, numa iniciativa junto ao Hospital Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, em que a CGTP difundiu os primeiros números da paralisação. “Nestas quatro primeiras horas, na área da saúde temos paralisações muito perto dos 100% nos hospitais São João, no Porto, Eduardo Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, bem como em Braga, Barcelos, Guimarães, Famalicão e Chaves”, descreveu Orlando Gonçalves.

Com o avançar do dia, o coordenador sindical previu que “os números da adesão não devam oscilar muito”, manifestando expetativa de que nos setores da “Saúde, Justiça e Educação a adesão à greve seja muito elevada”. O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, declarou que as expetativas “são boas, pela grande recetividade dos trabalhadores e trabalhadoras da função pública a esta paralisação”, explicando que esta tem “dois grandes objetivos”.

“Alertar o Governo para a necessidade de, no âmbito da discussão do Orçamento do Estado, procurar encontrar soluções de acordo com as reivindicações que os trabalhadores da Função Pública apresentam” e “chamar a atenção para uma greve de defesa dos serviços públicos”, declarou.

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Os direitos dos “trabalhadores da função pública estão sempre associados à melhoria da qualidade dos serviços públicos que estão a prestar às populações”, salientou o sindicalista, elegendo a “despesa supérflua do OE que pode ser reduzida” e as “potencialidades para aumentar a receita” como situações a rever.

“Na despesa supérflua, há duas áreas que precisam de ser tratadas urgentemente: as parcerias público-privadas, onde se está a prever gastar 1.171 milhões de euros no setor rodoviário, com uma taxa de rentabilidade na ordem dos 8%. Bastava passar numa primeira fase para 4% e aqui teríamos um acréscimo de poupança superior a 500 ME”, contabilizou.

E continuou: “e depois temos uma outra situação que é inacreditável, que é o facto de estarem previsto 850 ME para o Fundo de Resolução”. “No momento em que alguns bancos privados estão a apresentar resultados positivos do primeiro semestre, nós somos chamados a pagar 850 ME para financiar os bancos privados. Isto não faz sentido, isto é subsídio dependência no setor privado, nomeadamente financeiro, do OE”, concluiu.