Portugal será um dos países ausentes na cerimónia de inauguração da embaixada norte-americana em Jerusalém, disse este domingo à Lusa fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português.
“Portugal não se fará representar na inauguração da embaixada dos EUA em Jerusalém”, marcada para segunda-feira, afirmou a fonte do Palácio das Necessidades.
Este domingo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita organiza uma cerimónia para assinalar a inauguração da embaixada norte-americana, mas dezenas de países, incluindo a maioria dos europeus, não marcarão presença.
O evento conta com a presença do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e da delegação norte-americana enviada para a inauguração, que já chegou a Israel e inclui a filha do Presidente dos Estados Unidos Ivanka Trump e o seu marido e assessor presidencial, Jared Kushner.
Está prevista a assistência de um milhar de pessoas e foram convidados 86 embaixadores e encarregados de negócios, 40 dos quais aceitaram, mas a maioria dos Estados europeus não estará presente por não concordar com a mudança da embaixada de Telavive para Jerusalém, que rompe o consenso da comunidade internacional.
Entre os países que não estarão presentes encontra-se a Espanha, o Reino Unido, a França e Itália, embora tenham confirmado a sua presença os representantes da Roménia, Hungria, Áustria e República Checa, confirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado.
O Governo português, pela voz do chefe da diplomacia, Augusto Santos Silva, opôs-se à decisão da administração norte-americana de transferir a representação diplomática de Telavive para Jerusalém, insistindo que a solução para o conflito passa pela “coexistência” entre Israel e a Palestina.
“O Governo português ficará extremamente feliz no dia em que puder reconhecer Jerusalém como a capital do Estado de Israel, transferindo a sua representação diplomática em Israel de Telavive para Jerusalém, porque esse será o exato dia em que Portugal poderá reconhecer Jerusalém como capital do Estado da Palestina e transferir a sua representação diplomática na Palestina de Ramallah para Jerusalém Oriental”, declarou Augusto Santos Silva.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a mudança da embaixada em dezembro, quando reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, suscitando críticas da maioria da comunidade internacional e a ira dos palestinianos.
Estes reivindicam Jerusalém oriental, ocupado em 1967 e posteriormente anexado por Israel, como a capital de um desejado Estado da Palestina.