Kobane esteve para ser Srebrenica, um massacre étnico. Mas Kobane resistiu. Passados quatro meses de combate intenso, as forças sírias-curdas conseguiram expulsar da cidade de Kobane, situada na fronteira da Síria com a Turquia, os jihadistas do Estado Islâmico, avança a BBC.

Centenas de milhares de sírios fugiram para a Turquia, nos últimos meses, após o início da ofensiva do Estado Islâmico (EI) naquela cidade, criando uma crise humanitária. Para chegar a Kobane, o EI teve de conquistar cerca de 300 aldeias nas redondezas, sendo que o principal objetivo seria expandir o “califado islâmico” até à Turquia.

Os combates em Kobane provocaram cerca de 1.600 mortes, das quais 1.196 foram de militantes do Estado Islâmico, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. “A milícia das YPG expulsou o EI de Kobane e controla quase completamente a cidade”, informou a organização, acrescentando que os jihadistas recuaram para os arredores da cidade. “Alguns jihadistas continuam a combater na extremidade leste de Kobane, nomeadamente na periferia do bairro de Maqtala”, acrescentou.

Segundo a BBC, fotografias publicadas nas redes sociais, na segunda-feira, mostravam uma bandeira das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG ) a voar à volta da cidade, e soldados a celebrarem. Quando a noite caiu, ouviram-se tiros de celebração.

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“Parabéns à humanidade, ao Curdistão, e às pessoas de Kobane que participaram da libertação da cidade”, escreveu Polat Jan, porta-voz do YPG, no Twitter.

Anwar Muslim, presidente do auto-declarado cantão sírio-curdo de Kobane, confirmou, em declarações à BBC, que a cidade está totalmente sob controlo do YPG e dos peshmerga iraquianos, que chegaram ao terreno em outubro. Ainda assim, acrescentou que nos arredores a situação ainda estava “um pouco tensa”, mas os combatentes estavam a levar a cabo a “limpeza final”.

As forças curdas, inicialmente mal equipadas, beneficiaram do apoio decisivo dos bombardeamentos aéreos da coligação internacional que combate o grupo radical desde 23 de setembro.