Graça Foster saiu da reunião com a presidente brasileira, realizada na terça-feira, em silêncio. No entanto, a imprensa brasileira anunciou que a presidente da Petrobras, que foi uma escolha pessoal de Dilma Roussef, já está de saída da maior empresa brasileira. O processo deverá estar concluído em um mês. Ainda não há nomes para suceder a Graça Foster, mas o ministro da Fazenda (Finanças), Joaquim Levy, foi indicado pela presidente brasileira para acompanhar de perto o imbróglio financeiro e a crise de credibilidade da Petrobras

A petrolífera tem capital público, mas está também cotada na bolsa, onde as cotações têm sido seriamente penalizadas pela incerteza sobre a situação financeira e a sua política investimentos. Nos últimos dias, duas agências de rating baixaram a nota da dívida da empresa que está em risco de perder a classificação de bom pagador. Uma descida do rating da petrolífera poderá ter consequências na própria dívida soberana brasileira.

Envolvida num gigantesco escândalo de corrupção, conhecido como o Lava Jato, a Petrobras não conseguiu ainda quantificar as perdas que terá de assumir na sequência deste caso que passou pelo pagamento de luvas e empolamento de contratos com fornecedores.

A empresa brasileira já teve de adiar a apresentação de resultados e quando o fez teve de admitir que os trabalhos contabilísticos desenvolvidos nos últimos meses não foram conclusivos. Os números apresentados à margem das contas não auditadas apontavam para uma sobrevalorização de ativo em 88,6 mil milhões de reais (12,6 mil milhões de euros. Estes cálculos, que o governo brasileiro qualifica de amadores, misturaram os custos de impactos cambiais e do congelamento do preços de combustíveis com os fundos saídos da empresa na sequência do esquema Lava Jato. A própria gestão da Petrobras reconhece que estes números não são credíveis.

Apesar de Dilma Roussef ter designado o ministro da Fazenda, o objetivo do governo a prazo, de acordo com o jornal brasileiro Valor, é que o conselho de administração deixe de ter uma tutela política liderada por um ministro de Estado, para passar a ter uma gestão totalmente profissional. O afastamento de Graça Forster deverá ser acompanhado do resto da administração. A decisão terá de ser tomada em conselho de administração que se reúne esta semana. Graça Foster terá pedido várias vezes a demissão, mas foi ficando a pedido de Dilma Roussef.

 

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