O porta-voz do Governo grego, Gabriel Sakellaridis, recusou esta manhã que esteja em cima da mesa a extensão do atual programa de ajuda à Grécia (“não é o que a economia precisa”), assim como a proposta feita à Grécia pela troika, reporta a Bloomberg. O objetivo das negociações em curso é, ao invés, conseguir resolver o problema de financiamento “de médio prazo”, assim como os “problemas de liquidez” do Estado grego.

Com uma delegação grega de novo em Bruxelas para tentar dar novo impulso às tensas negociações, Sakellaridis excluiu que exista um plano para eleições antecipadas, dizendo aos jornalistas que a questão da reestruturação da dívida “é crítica” – confirmando que já foram submetidas propostas aos credores sobre este assunto (noticiada na semana passada pelo Financial Times). E ainda que o ponto de partida para as negociações “é definitivamente” a proposta de Atenas, não a que saiu dos credores.

Enquanto isso, em Bruxelas, o porta-voz da Comissão confirmou ainda não ter recebido uma contra-proposta de Atenas. “Estamos no mesmo ponto em que estávamos ontem às 11h00” – quando Jean-Claude Juncker fez praticamente um ultimato a Tsipras. Admitindo que Juncker e Tsipras se encontrem ainda esta semana, na cimeira UE-América Latina (dia 10 e 11, em Bruxelas), Margaritis Schinas vincou o que já tinha dito o líder da Comissão Europeia: “Gostaria de ter a proposta grega, para a estudar e olhar para ela antes de falarmos”.

A resposta que esta manhã veio da Grécia foi… diplomática: “O Presidente Juncker e o primeiro-ministro Tsipras têm uma relação excepcional”, disse  Gabriel Sakellaridis.

A verdade é que nem nos timings para resolver o impasse as duas partes se entendem: a Grécia diz procurar um acordo até ao final do mês (altura em que tem de pagar um elevado montante ao FMI), enquanto o Governo francês, por exemplo, disse hoje que tem de haver entendimento “até dia 14”, segundo um porta-voz do Executivo, citado hoje pelas agências.

Esta manhã, o banco central da Holanda admitiu que uma saída da zona euro “chocaria os mercados”, sendo impossível de prever o impacto que isso teria no país. Mesmo assim, a estimativa é que o risco de contágio a outros países seria menor do que há dois anos, no pico da crise.

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