Para Tim Hunt, o cientista vencedor do Nobel de Fisiologia e Medicina em 2001, homens e mulheres deviam trabalhar separados. Esta seria a única forma de os homens não se apaixonarem por elas nem serem incomodados pelo choro das mulheres sempre que são criticadas. A notícia é contada pelo The Guardian.

“Deixem-me contar-vos o meu problema sobre as raparigas. Há três coisas que acontecem quando há mulheres dentro do laboratório: elas apaixonam-se por eles, eles apaixonam-se por elas e quando são criticadas, choram”, disse o Nobel de 72 anos, adensando ainda mais a fama de chauvinista que tem na comunidade científica.

Esta opinião foi confessada durante uma convenção de mulheres cientistas, onde estavam presentes vários jornalistas da secção de Ciência. Connie St. Louis, que coordena o programa de jornalismo científico na City University em Londres, publicou as declarações de Hunt no Twitter.

A Royal Society, que tem colocado a tónica da sua atuação na literacia científica principalmente entre as mulheres, manifestou-se sublinhando que não se revê nas palavras do Nobel de Fisiologia. “Demasiados indivíduos talentosos não preenchem o seu potencial científico porque questões de género, por exemplo”, acrescentou a Royal Society.

Além das reações que as palavras de Hunt provocaram nas redes sociais, também David Colquhoun, da Universidade de Londres, se pronunciou, dizendo que a opinião do Nobel é “um desastre para o avanço das mulheres”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR