Dois resorts turísticos da cidade de Sousse, na Tunísia – muito procurados por ingleses – foram esta sexta-feira alvo de um atentado que fez vários mortos e feridos. O ministério da Saúde tunisino já veio confirmar que 39 pessoas perderam a vida (incluindo o atirador) e outras 36 ficaram feridas (oito estão em estado crítico). Crê-se que os hotéis sejam o El Mouradi Palm Marina e o Hotel Riu Imperial Marhaba.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros já entrou em contacto com a Embaixada em Tunes, mas ainda não há notícia se estão portugueses entre as vítimas. As agências de viagens estão neste momento a contactar clientes, mas, até ao momento, não há indicações de que haja portugueses instalados naquele hotel. Segundo a Associação do setor, Sousse não é dos destinos mais procurados pelos portugueses.

O Hotel Riu Imperial Marhaba é gerido por uma empresa espanhola, confirmou o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy.

Uma rádio local está a avançar que a maioria dos turistas são alemães e ingleses. Mas também há belgas e russos presentes, avançou o ministro da Administração Interna. No Reino Unido, já há uma linha de emergência para onde os familiares e amigos dos ingleses podem ligar para saber novidades sobre o que se está a passar em Sousse.

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O primeiro-ministro David Cameron já disse em Bruxelas que “vai fazer tudo o que pode para ajudar as vítimas dos atentados em França e na Tunísia. O líder britânico adiantou que os corações dos líderes estavam com as vítimas dos dois ataques terroristas.

O porta-voz do ministro também informou que um dos atacantes foi morto e que o outro está a ser perseguido pela polícia. A agência France-Presse está a avançar que um dos atacantes é um estudante tunisino.

A agência de viagens Thomas Cook, que todos os dias envia turistas de Londres para o Hotel Marhaba, um dos que terá sido mais afetado, já veio dizer não há clientes da agência naqueles hotéis.

Várias famílias britânicas têm tentado contactar os familiares que estavam nos resorts afetados pelo atentado, mas sem sucesso, conta o Mirror com base na informação avançada por algumas famílias. Um dos membros dos familiares contou que o irmão, a cunhada e duas sobrinhas que estavam a passar férias no local têm estado incontactáveis.

Pelo menos um voo comercial que estava a dirigir-se ao aeroporto mais próximos dos resorts foi impedido de aterrar e teve de regressar ao aeroporto de Bruxelas, de onde tinha partido. O voo JAF5017 voava com 189 pessoas.

Um agente de segurança disse à Reuters que um dos homens mortos estava armado com uma Kalashnikov. No Twitter, há vários relatos de turistas. Um deles conta que ouviu tiros e barulho de granadas perto do hotel, enquanto estava na piscina. Outra turista contou que foi pedido aos hóspedes do hotel para ficarem nos seus quartos.

Um turista russo disse à BBC que os atacantes chegaram à praia de barco e que começaram a atacar as pessoas na praia, entrando depois para o Hotel Imperial Marhaba.

Estas imagens podem ferir a susceptibilidade do leitor

Às 16h30, a comissão de emergência do Reino Unido COBRA vai reunir-se para discutir qual é a resposta aos três ataques que aconteceram num só dia – em França, na Tunísia e no Kwait. Contudo, o primeiro-ministro David Cameron não vai poder comparecer porque está no Conselho Europeu, em Bruxelas.

A Tunísia está em alerta máximo desde março, quando os militantes do Estado islâmico mataram 22 pessoas no museu Bardo, na capital Tunes. Na cidade de Sousse, que está a 140 km de Tunes, já houve vários atentados desde 2002. Em 2013, houve uma tentativa de ataque suicida com bomba na cidade – tinha sido o primeiro desde que em 2002 houve um ataque da Al-Qaeda, que matou 21 pessoas noutra cidade tunisina.