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A inveja não é pecado quando se faz por mais (a crónica do Sp. Braga-Sporting)

Este artigo tem mais de 1 ano

Sporting estava na frente, controlava mas não colocou a velocidade acima para resolver o encontro e acabou por perder dois pontos com a entrada vertiginosa de Álvaro Djaló que mudou o jogo (1-1).

Álvaro Djaló marcou o quarto golo em sete jogos esta temporada e carimbou o empate que impediu o assalto do Sporting à liderança isolada da Liga
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Álvaro Djaló marcou o quarto golo em sete jogos esta temporada e carimbou o empate que impediu o assalto do Sporting à liderança isolada da Liga

Getty Images

Álvaro Djaló marcou o quarto golo em sete jogos esta temporada e carimbou o empate que impediu o assalto do Sporting à liderança isolada da Liga

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Por um lado, a “inveja” de não estar onde andam os outros. Por outro, a “gula” de fazer mais para chegar a esse ponto à frente de todos os outros. O primeiro jogo grande da nova temporada chegava este domingo à Pedreira com o contexto ideal para mais um encontro eletrizante como o da última época (3-3), tendo um Sp. Braga nas estrelas depois do regresso à fase de grupos da Liga dos Campeões após a vitória no playoff frente ao Panathinaikos e um Sporting na lua com um início só com vitórias e a recuperar nomes que pareciam de vez desaparecidos em combate como o de Paulinho. Não sendo decisivo, por chegar numa fase ainda precoce da campanha, teria a sua importância para o que se seguiria daqui para a frente e quem ganhasse voltaria a encher de novo o balão para o primeiro ciclo a seguir à seleções que trará jogos a meio da semana.

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“Há altos e baixos e estamos num momento muito alto mas temos de dar continuidade ao trabalho que tem sido feito e que será posto à prova frente ao Sporting. Quero potenciar o que foram estas vitórias que permitiram o apuramento, potenciar no sentido de a equipa estar animicamente mais forte, tirar partido do momento emocional da equipa, saber que tivemos competência extrema para conseguir resultados, o que não depende só do estado anímico e emocional. Há trabalho, empenho e compromisso dos jogadores. São esses valores que quero que estejam em campo no jogo com o Sporting, que terá a mesma ambição que nós. Vamos procurar ser iguais a nós próximos e lutar pela vitória”, destacara o técnico Artur Jorge na antevisão ao jogo.

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“Postura em campo? A mesma de sempre: implementar o nosso jogo, sabendo que vamos jogar contra jogadores experientes. Se tiver de ser um jogo com muitos golos, que sejam do Sporting. Sabemos que é importante não sofrer. A abordagem vai ser a mesma. Ter a bola, criar ocasiões, travar jogadores como Ricardo Horta, Bruma, Abel Ruíz, Moutinho… Como treinador não quero um jogo com muitos golos, quero uma vitória do Sporting”, salientara Rúben Amorim, que mais uma vez voltou a colocar a tónica na consistência defensiva recordando também as três vantagens desperdiçadas em 2022 no jogo em Braga.

“Satisfeito do mercado em comparação com os outros? Sim, ao nível dos três rivais, porque o Sp. Braga também quer lutar pelo título. Diria que estamos ao nível dos rivais, temos potencial para isso. São plantéis diferentes, temos muita juventude e alguns jogadores com experiência. Estou muito satisfeito pela forma calma e focada como foi feito o mercado. Tenho de pagar um jantar ao Hugo Viana porque bem merece pelo mercado que fez”, acrescentara ainda o técnico leonino após uma janela onde teve apenas três reforços (Gyökeres, Hjulmand e Fresneda) mas perdeu somente um dos habituais titulares (Ugarte).

Jogo grande, os melhores intérpretes, os mesmos onzes em relação aos últimos jogos à exceção da troca de Pizzi por Álvaro Djaló. Seria o jovem avançado que já tinha sido decisivo na primeira mão do playoff da Liga dos Campeões com o Panathinaikos a entrar e a ser decisivo para o empate num encontro que marcou a estreia de Iván Fresneda e o regresso de João Moutinho à Liga portuguesa dez anos depois. No entanto, e ainda antes desse momento de génio de livre direto que permitiu o 1-1 na parte final, o Sporting teve o jogo na mão com uma nuance que fez toda a diferença: controlou mas não “matou”. Esse foi o grande problema da formação leonina, que fez apostas que pouco ou nada acrescentaram a partir do banco e passou ao lado da vitória com todo o espaço entre linhas e para transições que iam sobrando perante o maior risco da equipa minhota. Com isso, falhou a liderança isolada. Com isso, não fez o que podia para justificar a tal “inveja”.

Ficha de jogo

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Sp. Braga-Sporting, 1-1

4.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Municipal de Braga

Árbitro: Luís Godinho (AF Évora)

Sp. Braga: Matheus; Victor Gomez, José Fonte, Niakaté, Adrián Marín; André Horta (Zalazar, 71′), Vítor Carvalho; Ricardo Horta (Rony Lopes, 86′), Pizzi (Banza, 56′), Bruma (Álvaro Djaló, 71′) e Abel Ruíz (João Moutinho, 86′)

Suplentes não utilizados: Hornícek, Serdar, Borja e Castro

Treinador: Artur Jorge

Sporting: Adán; Diomande, Coates, Gonçalo Inácio; Ricardo Esgaio (Ivan Fresneda, 84′), Morita, Hjulmand (Daniel Bragança, 60′), Nuno Santos (Geny Catamo, 60′); Pedro Gonçalves (Francisco Trincão, 72′), Gyökeres e Paulinho (Marcus Edwards, 46′)

Suplentes não utilizados: Franco Israel, Matheus Reis, Luís Neto e Dário Essugo

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Pedro Gonçalves (25′) e Álvaro Djaló (78′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Gyökeres (26′), Morita (33′), Niakaté (45+4′), Vítor Carvalho (83′), Gonçalo Inácio (90′), Pedro Gonçalves (90+1′) e Diomande (90+5′); cartão vermelho por acumulação a Artur Jorge (90+3′)

O encontro começou com o Sporting a tentar ter mais bola em construção a partir de trás mas sempre em busca de dois movimentos ofensivos, com a entrada de Morita na zona das alas (mais na esquerda) quando os avançados jogavam mais por dentro ou o aparecimento de Paulinho e Gyökeres na profundidade, como veio a acontecer logo aos cinco minutos num lance em que o sueco ganhou no espaço, veio para dentro mas fez um passe atrasado que não encontrou nem Paulinho nem Pedro Gonçalves. Ainda assim, e com um crescimento gradual na partida a partir do jogo com bola, a primeira oportunidade surgiria mesmo na baliza contrária por Ricardo Horta, com um grande remate de meia distância para defesa de Adán para canto após uma jogada que começou no virtuosismo de Bruma. Mesmo sem golos e com poucos remates, o jogo estava “vivo”.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Sp. Braga-Sporting em vídeo]

Depois, a qualidade caiu. O Sp. Braga ia tentando fazer a diferença pelos corredores laterais e pelas posições que Ricardo Horta e Pizzi iam ocupando entre linhas mas sem grande sucesso, o Sporting ia tentando fazer a diferença no jogo mais direto em Gyökeres e Paulinho mas Matheus, que se tornava esta noite o guarda-redes com mais encontros na história dos minhotos à frente de Quim, foi jogando bem fora dos postes a anular as tentativas. Só mesmo o talento individual conseguiria desbloquear o estado de coisas no Minho e foi nesse momento que apareceu a melhor versão de Pedro Gonçalves: Diomande avançou sem oposição no meio-campo contrário descaído sobre a direita, fez o passe para o internacional na área e mais um daqueles remates que mais parecem passes com força extra colocou a bola no ângulo para o 1-0 (25′).

O Sp. Braga abanou nos minutos seguintes, com Gyökeres a ter uma boa oportunidade pouco depois num lance em que Ricardo Esgaio ganhou a linha pela direita mas o desvio de cabeça ao primeiro poste saiu ao lado (28′), mas uma tentativa de Bruma descaído sobre a direita do ataque com muita forças mas também muito por cima recuperou o equilíbrio de forças entre os dois conjuntos, sempre mais preocupados em não darem espaços em termos defensivos do que propriamente interessados em desequilibrarem no ataque (30′). Ainda assim, e com uma eficácia de quase 100%, a vez seguinte que o Sporting foi à baliza marcou mas o golo foi anulado: Gyökeres ganhou pela esquerda, Morita assistiu Hjulmand, o dinamarquês disparou forte e rasteiro mas o lance foi invalidado pelo fora de jogo posicional de Pedro Gonçalves (38′), o que levou o jogo até ao intervalo com mais nervos, protestos e pedidos de um segundo amarelo para Gyökeres (45+4′).

Logo ao intervalo, Marcus Edwards intensificou os exercícios de aquecimento mas Rúben Amorim arriscou manter Morita e Gyökeres em campo com amarelo para abdicar de Paulinho e dar outra criatividade nas alas para explorar transições. Essa atenção com a condicionante disciplinar era notória também nos minhotos, que foram colocando mais vezes José Fonte a ficar com Gyökeres em vez de Niakaté. À semelhança do que tinha acontecido no primeiro tempo, o início trouxe um encontro sem oportunidades, com os leões a darem mais largura ao seu jogo para controlarem com bola e o Sp. Braga a não conseguir instalar-se no meio-campo contrário em busca de um jogo mais afirmativo no último terço que pudesse desfazer a desvantagem. Artur Jorge foi também ao banco tentar mexer na partida, com a entrada de Banza para o lugar de Pizzi antes da primeira oportunidade da segunda parte, com Matheus a fazer bem a “mancha” a Gyökeres (56′).

Rúben Amorim era o próximo a mexer com alguma surpresa, abdicando de Nuno Santos e Hjulmand (por motivos físicos, pelo que se vira até aí) para lançar Geny Catamo e Daniel Bragança. A ideia passava por ter outra capacidade de controlo com bola pelo meio sem descurar a rapidez e largura de jogo que os corredores laterais poderiam dar para encontrar desequilíbrios na estrutura dos minhotos. À exceção dessa parte do jogo controlado pelo Sporting, nada mais aconteceu de registo na partida a não ser um remate de Banza que saiu muito cima, o que voltou a promover nova ronda de alterações nas equipas com as novas apostas em Zalazar, Álvaro Djaló e Francisco Trincão que constituíam sobretudo mexidas pelo crescente desgaste físico.

Seria de uma dessas substituições que nasceria o lance que mudaria a partida. Na sequência de uma falta cometida por Daniel Bragança sobre Banza descaída sobre a direita, Álvaro Djaló fez passar a bola por cima da barreira e colocou-a no ângulo para o empate muito festejado na Pedreira (78′). A partir daí, a partida foi marcada pela estreia de Iván Fresneda e o regresso de João Moutinho à Liga portuguesa uma década depois mas nenhuma equipa voltou sequer a criar perigo com os minutos a passarem até ao 1-1 final.

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