A União Europeia (UE) denunciou o ataque “inaceitável” contra viaturas blindadas utilizadas por observadores da OSCE e incendiadas no domingo em Donetsk, o bastião dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.
O incêndio foi definido como “criminoso” pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e as responsabilidades atribuídas “aos que de facto controlam Donetsk”, numa óbvia referência aos rebeldes.
“O incêndio de veículos da missão de observação da OSCE ontem em Donetsk é inaceitável”, indicou um porta-voz da UE para os Negócios Estrangeiros, numa declaração escrita à agência noticiosa France Presse (AFP).
“É da mais alta importância que todas as partes respeitem plenamente o cessar-fogo”, acrescentou, enquanto o presidente ucraniano Petro Poroshenko pediu hoje consultas urgentes com Paris, Berlim e Moscovo devido à “perigosa” escalada da violência no leste após combates que envolveram carros de combate e artilharia, e segundo Kiev desencadeados pelos rebeldes.
Segundo um balanço separado do exército e das autoridades separatistas, quatro pessoas, três civis e um soldado ucraniano, foram mortos nas últimas 24 horas.
Estes combates ocorreram um dia após um incêndio no parque de um hotel em Donetsk onde estão alojados os observadores da OSCE que monitorizam o conflito no terreno. Diversos veículos 4×4 blindados ficaram destruídos.
O porta-voz também apelou aos beligerantes para “garantirem a segurança e a liberdade de movimento dos observadores” da OSCE “em todo o território ucraniano”. A missão de observação “desempenha uma função crucial no seguimento e verificação da aplicação dos acordos de Minsk”, sublinhou.
O leste da Ucrânia, onde mais de 6.800 pessoas foram mortas em 16 meses de conflito, registou nas últimas semanas um regresso da violência com combates que envolvem armas pesadas, numa violação de acordos assinados em fevereiro.
A UE prolongou até janeiro de 2016 as sanções económicas decretadas no verão de 2014 contra a Rússia devido ao seu alegado apoio aos rebeldes separatistas. Bruxelas tem até ao momento relacionado a manutenção das sanções à aplicação no terreno dos acordos de Minsk.