As primeiras investigações em torno do atentado terrorista ocorrido junto à principal estação de comboios da capital turca, Ancara, na manhã de sábado, apontam responsabilidades ao Estado Islâmico. A forte suspeita está a ser noticiada por vários órgãos de comunicação, como o El País, que citam fontes policiais.

Passadas poucas horas das duas explosões terem ocorrido, na manhã de sábado, já o Governo tinha vindo dizer que havia dois terroristas suspeitos e o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu enumerava quatro organizações suspeitas: o Estado Islâmico, o grupo armado curdo PKK e as organizações de extrema-esquerda DHKP-C e MLKP. Agora, um dia depois, as atenções parecem já estar focadas apenas numa organização.

“Todos os sinais indicam que o ataque possa ter sido realizado pelo Estado Islâmico. Estamos completamente focados no Estado Islâmico”, disse uma das fontes policiais à Reuters.

Segundo a polícia, o explosivo utilizado neste ataque — que, segundo o novo balanço provocou, pelo menos, 128 mortos — é muito parecido com o que foi usado no ataque suicida de 20 de julho em Suruc, que causou a morte a 30 pessoas. E esse terá sido levado a cabo por um jovem que pertencia à célula turca do Estado Islâmico.

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O El País, que cita o diário Haber Türk, prossegue dizendo que um dos suspeitos trata-se mesmo do irmão do suicida de Suruc. De resto,a imprensa turca escreve que nas últimas semanas infiltraram-se na Turquia cinco jihadistas vindos da Síria. O próprio primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, revelou que na semana que agora está a terminar foram detidos dois presumíveis terroristas em Ancara e Istambul.

O atentado de sábado, considerado já o pior e mais mortífero da história da Turquia, ocorreu junto à principal estação de Ancara e vitimou sobretudo ativistas que se encaminhavam para uma marcha a favor da paz na capital turca. O Governo já veio dizer que as eleições continuam marcadas para o próximo dia 1 de novembro.

Esta manhã, a polícia turca dispersou, à bastonada e com gás lacrimogéneo, uma multidão que se concentrou junto à praça de Ancara em homenagem às vítimas do duplo atentado suicida.

Entretanto, os adversários do Presidente Tayyip Erdogan já começaram a culpá-lo pelo ataque e na praça Sihhiye ouviram-se, esta manhã, frases como “assassino Erdogan”.