Os norte-americanos viram “First Time Again”, o primeiro episódio da sexta temporada de “The Walking Dead” este domingo. Mas os fãs portugueses não vão ter de esperar muito para os apanharem. A Fox emite os primeiros 90 minutos do regresso da série esta segunda-feira, às 22h15. Há cinco coisas que deve saber, ou a que deve prestar mais atenção.

A sexta temporada conta com 16 episódios, separados em duas partes. Os primeiros oito começam a ser emitidos esta segunda-feira e os últimos oito regressam à televisão em fevereiro de 2016. No entanto, se não gosta de saber dos acontecimentos antes do tempo, o melhor é só ler as linhas que se seguem depois de ver o episódio. O aviso está feito.

1. Partes do episódio são a preto e branco

Recapitulemos: no final da quinta temporada vimos Rick matar Pete com um tiro na cabeça, assistimos ao regresso de Morgan e finalmente descobrimos o que significava o “W” gravado na testa de vários zombies. Na nova temporada vamos ter de volta personagens do passado, algo inédito numa série onde as mortes são mais do que muitas. As velhas caras conhecidas vão fazer com que Rick Grimes se confronte com aquilo que era e no que se tranformou.

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E como é que vamos distinguir o presente do passado? Robert Kirkman, criador da série, tomou uma decisão arriscada e vai pôr milhões de pessoas a ver TV a preto e branco. Um passado tecnológico para mostrar o passado da série. Mas não era esta a ideia inicial, como explica Greg Nicotero à Entertainment Weekly. As imagens foram filmadas originalmente a cores porque o passado seria apenas mostrado com pouca saturação, por oposição ao presente, supersaturado. Só que, quando viram o resultado final, com tiros a serem disparados, todos os personagens a correr e a gritar, a diferença de saturação fazia lembrar “O Feiticeiro de Oz”, disse o responsável pelos efeitos especiais. “Quando vimos os verdes vibrantes da floresta, aquilo tornou o mundo demasiado vivo. A primeira coisa em que reparamos foi, ‘wow, os zombies já não parecem mortos’, porque a cor pálida foi acentuada.”

No entanto, a transformação para preto e branco pode não ter ficado tão boa quando devia, escreve a The Atlantic. Para a revista, as imagens de flashback estão desbotadas e têm grão. “Se vão fazê-lo [usar preto e branco], tenham a certeza de que aparece bem — caso contrário, para que serve?”

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2. Havia um novo personagem para seguir com atenção. Havia.

Uma das grandes novidades previstas para a sexta temporada era a entrada em cena de um novo personagem, Carter (Ethan Embry), habitante de Alexandria, a comunidade que se rodeou de muros para se proteger das ameaças exteriores. Pelo trailer que a AMC divulgou, Carter não parecia ser fã do espírito aventureiro de Rick. Que problemas é que o novo personagem vai colocar ao herói da série? Aparentemente, muito poucos. Para surpresa geral, Carter morre logo no primeiro episódio.

“Foi bom sentir este potencial extinguir-se”, explica Scott M. Gimple, coprodutor e argumentista da série, ao site TVLine. “Não queremos que a morte seja apenas sentida como algo a ser cumprido obrigatoriamente. Assim, quando ele é morto, o público tem um sentimento de perda, mesmo que seja só uma perda narrativa. Queremos [também] que se sinta o impacto daquilo que o Rick está a fazer, bem como o que o Morgan está a sentir em relação àquilo que o Rick fez.”.

3. Nunca existiram tantos zombies num episódio

Já sabemos que, neste mundo apocalíptico, o pior não são os zombies, mas sim os vivos com quem o grupo de Rick se vai encontrando. Mas os mortos-vivos da sexta temporada, para além de não parecerem nada simpáticos, multiplicaram-se em número recorde. Só figurantes são 300, cada um com a sua caracterização. A tecnologia faz o resto e há comentários de espectadores nas redes sociais que já falam na cena mais épica desta história.

Isso colocou desafios especiais à equipa de filmagem. Para que pareçam tantos milhares, as cenas na pedreira que fica às portas de Alexandria tiveram de ser filmadas com um drone, que subiu e subiu de modo a conferir espaço aos acontecimentos. Foi também preciso imaginar, durante as filmagens, até onde chegaria toda aquela multidão. “É como um Cubo de Rubik porque tu filmas o Rick e o Morgan na borda da pedreira e depois estás a olhar para uma pedreira verdadeira, mas vazia. E ficas tipo, “Ok, aquele lado não está realmente ali, e a parte de trás vai ficar muito mais para trás”, recorda Greg Nicotero à Entertainment Weekly.

4. As cenas mais sangrentas não são manipuladas digitalmente

Não que “The Walking Dead” ande a sacrificar seres humanos para conseguir cenas tão bem feitas que o espectador não consiga evitar fechar os olhos. Mas, quando pensamos que aquelas mortes horrendas foram criadas digitalmente… Bom, não é bem assim.

Na mesma entrevista à Entertainment Weekly, o responsável pelos efeitos especiais, Greg Nicotero, conta como é que fez a cena no primeiro episódio em que a pele de um zombie é arrancada no momento em que ele está a ser esmagado entre dois camiões: “Havia uma bomba de ar na parte inferior para empurrar as costelas para fora e fazê-las saltar. Tínhamos um pedaço de monofilamento que puxava as entranhas para fora. A prótese de silicone — quer dizer, estava tudo preparado para aquilo acontecer. Acho que talvez tenhamos fechado um pouco o queixo digitalmente, para que parecesse que tinha saltado. Mas 99% daquilo foi feito com efeitos não digitais”.

No guião da nova temporada, Greg Nicotero adianta que está incluída uma carrinha virada ao contrário e um zombie por baixo dela. Em conversa na reunião de produção, surgiu uma ideia: e se o zombie estivesse preso na câmara da roda como se tivesse sido atropelado? Nada é impossível, conta: “Para isso fizemos um buraco naquela carrinha pequena, envolvemos o eixo com seis metros de intestinos e contratámos uma contorcionista para se colocar ali dentro”.

5. Há uma personagem que pode estar grávida

Os moradores de Alexandria aceitam seguir a liderança de Rick e participar num plano de contenção dos zombies presos na pedreira. Mas há um pormenor neste primeiro episódio ao qual vale a pena estar atento. Glenn voluntaria-se para ajudar, mas pede que Maggie esteja em segurança, sugerindo que a companheira fique a consolar Deanna, que perdeu o marido de forma trágica (como já é costume neste drama pós-apocalítico). Mas Maggie faz uma rápida observação, dizendo que “esse não é o único motivo” para que Glenn não queira que ela participe nesta missão perigosa.

No livro escrito por Robert Kirkman, no qual se baseia a série, o casal menciona o desejo de ter um bebé e, mais à frente na história, Maggie aparece mesmo grávida. Nunca se sabe o que transita dos livros para a televisão, mas este primeiro episódio dá a entender que, entre tanta matança, pode assistir-se a uma nova vida. Falta lembrar que, no livro, Glenn morre. Nunca nada é simples.